Meus amigos, aqui é a Maraci. Só quem morre jovem não envelhece, não é mesmo? E como ninguém quer morrer jovem, envelhecer é um presente. Estou chegando aos 70 anos e agora a vida exige que eu realmente cuide de mim. Assim, vou morar em Londres, ficar perto da minha filha. Só que não posso ir enquanto não encontrar lares amorosos e responsáveis para os gatinhos que resgatei e cuido com tanto amor. Quem me conhece sabe que sou apaixonada por todos eles e que foram mais de três décadas dessa missão.
Muita gente tem um pé atrás com gatos. Há muitos mitos sobre eles, vindos diretamente da Idade Média, assim como a ideia de que eles não se apegam ao tutor, só à casa. Tudo balela! Eles são lindos, gostosos, macios, adoráveis, amorosos, extraordinários, mágicos. Há os peraltas, os que adoram conversar, os tranquilões, os grudentos, de todo tipo. Ter um gato é uma dádiva.
E há muita gente e muitos lares precisando de um bichinho. A ciência tem comprovado que a companhia dos animais melhora a qualidade de vida dos humanos. Pessoas com problemas cardíacos, por exemplo, vivem mais, já que essa convivência ajuda a manter baixos a pressão sanguínea e o nível do colesterol, além de reduzir depressão e ansiedade.
Crianças com dificuldades de aprendizagem e de relacionamento também se beneficiam, têm mais autoestima, melhor integração na escola e maior vontade de aprender. E existem vários estudos sobre os benefícios para quem atravessa dificuldades típicas da terceira idade e para pessoas com necessidades especiais, problemas neurológicos ou emocionais. Os relatos de recuperação são fantásticos.
Isso sem falar em quem não está doente, mas está só, precisando de um amigo sincero, fiel, um companheiro que sempre o receberá com alegria, disposto a brincar, ver TV, tirar um cochilo, ouvi-lo sem censura, protegê-lo ou simplesmente permanecer a seu lado, sem cobranças ou reclamações. Se temos um animal de estimação, certamente desfrutaremos esses felizes momentos. Diferentemente dos humanos, eles sempre retribuirão afeto com afeto. Essa fórmula é infalível.
São gatos e gatas, 40 no total, de todas as idades e cores. Assim, conto com vocês para adotar e/ou divulgar esta campanha com vontade nos seus grupos, FaceBook, Instagram, onde ela possa andar. Por favor, compartilhem e peçam a seus amigos para compartilhar também. Quem se interessar deve mandar mensagem via WhatsApp para (61)991889002 e eu responderei. Muito obrigada a todos!
Aproveito para trazer de volta um texto que publiquei em junho de 2018 sobre o meu gatinho Emílio. Espero que gostem!
EMÍLIO
Era uma vez uma moça que encontrou um gato no Jardim Botânico. Para sorte dele, ela é uma protetora de animais. Ele estava muito debilitado, magro e desidratado, com a perninha direita literalmente no osso, totalmente comida por larvas, e parecia ter perdido a vontade de viver. Ela o levou ao HVEP, Hospital Veterinário Público do DF. Lá ele recebeu os primeiros cuidados e ela, a notícia de que a perninha precisaria ser amputada, mas que ele não suportaria a cirurgia naquele estado de fraqueza.
Fiquei sabendo desse caso por mensagem de uma amiga e tomei a decisão de pedir para cuidar do Emílio, nome dado pela protetora, até que ele estivesse pronto para a cirurgia. Assim foi que ele chegou pra mim há uma semana e meia. Quando eu o recebi, Emílio tinha um insuportável cheiro de carniça. E quando tirei o curativo da perninha, quase caí pra trás com a dolorosa visão daqueles ossos descarnados. Minha primeira providência foi dar um banho morno naquela pobre criatura. Foram muitas larvas que saíram durante o banho e alguns restos de dedos, que estavam totalmente podres, mas ainda pendurados.
Depois de colocar Emílio numa caminha limpa e macia, para descansar do banho, comprei a medicação prescrita pelo veterinário – para proteger o estômago, para matar as larvas, contra dor, contra febre, dois tipos de antibiótico, anti-inflamatório, vitamina, esparadrapo, gaze, soro, pomada. E providenciei também ração especial para recuperação de cães e gatos debilitados. No início, Emílio nem queria comer, mas com o banho, um novo curativo, e os remédios pra tirar enjoo e dor, começou a se interessar pela ração em forma de patê. E ele precisava muito se fortalecer. De lá pra cá, têm sido dias de muito carinho, muita atenção e muito trabalho.
Emílio recebe comida e água à vontade, medicação nas horas certas, curativos duas vezes por dia, na perninha que será amputada e na outra coxa, também atacada pelas larvas que pareciam não ter fim e eram tiradas de pinça, mortas e vivas. Mas ele é muito valente e bonzinho. Suporta todas as manobras, toma a medicação sem fazer cara feia e não só ataca a comida como pede repeteco. A podridão agora é coisa do passado e não há mais larvas comendo o nosso guerreiro.
Ele está engordando, anda pela casa em três perninhas, sem embaraço, conhece a minha voz e corre pra mim quando chego em casa, mesmo sabendo que, além de ganhar carinho, ele terá de passar pelos curativos. Logo ele estará pronto para a cirurgia e, depois que dela se recuperar, Emílio finalmente deixará pra trás esse momento pavoroso da sua vidinha. Todos os dias, agradeço a Deus por ter enviado o anjo que o viu jogado na rua e dele se apiedou.
Agora é esperar o final feliz desta história! Mas não sai da minha cabeça uma pergunta: Quantos seres ditos humanos não passaram por Emílio, viram aquela situação terrível e simplesmente deram as costas, com nojo, como se aquela dor não lhes dissesse respeito? Para quem não sabe, ser omisso também é maltratar.
Meus mais profundos agradecimentos à incansável protetora Bruna Ohana, que resgatou o Emílio da rua; à equipe do Hospital Veterinário Público do DF, que prestou os primeiros socorros e já se dispôs a fazer a cirurgia de amputação; à minha amiga Cláudia, que correu atrás de ajuda quando soube do caso e me mandou a mensagem contando; à Dra. Mayana, do Hospital Veterinário Antônio Clemenceau, que me ensinou a fazer os curativos e está acompanhando Emílio com o maior carinho, sua marca registrada; e a Teinha, que me ajuda em casa e também nos curativos com todo amor!
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