Sempre que recomeço os trabalhos com o grupo de terapia pra mulheres PARA SOBREVIVER A UM GRANDE AMOR, as pessoas imaginam que, logo na primeira sessão, as vagas serão preenchidas. Porque, com tantas mulheres vivendo relacionamentos amorosos complicados, abusivos e até mesmo perigosos, não deveria haver a menor dificuldade em se construir um grupo de dez pacientes. Mas as coisas não são bem assim.
Quando começo a divulgar que um novo grupo está sendo formado, recebo uma enxurrada de mensagens e telefonemas de mulheres querendo participar. Algumas me ligam desesperadas, dizendo que mal podem esperar o dia do encontro. Mas, entre querer e realmente participar, tudo pode acontecer, mesmo as reuniões sendo apenas uma vez por semana, mesmo o valor do investimento sendo simbólico. Há muito envolvido nesse tipo de processo e eu sei o quanto é difícil efetivamente buscar ajuda.
Entre as tantas dificuldades que costumam surgir, a mulher pode sentir vergonha e culpa pela situação que está vivendo e ter medo de ser julgada e criticada pelas outras participantes. E há aquelas que estão tão debilitadas física e emocionalmente que não têm forças para nada e receiam ser pressionadas pelo grupo a fazer o que pensam que nunca conseguirão fazer, o que imaginam que as deixaria mais frustradas e mal perante todas.
Às primeiras, lembro que se trata de um grupo formado só por mulheres que sofrem da mesma dor, onde não cabem julgamentos, críticas, conselhos ou pitacos. Aliás, isso jamais aconteceu em nenhuma das versões desse grupo. Em primeiro lugar, porque essa é uma das regras para a participação. E, em segundo lugar, porque, desde que o mundo é mundo, mulheres se unem para se protegerem, cuidarem dos seus filhos e se apoiarem em busca de soluções para seus problemas, em busca de cura para suas feridas.
Às extremamente fragilizadas, que, na maioria dos casos, estão sofrendo de depressão, o que as paralisa, lembro que o grupo de terapia é justamente para, antes de tudo, acolhê-las e lhes dar a coragem de que tanto necessitam para viver. No grupo, vale a máxima “Primeiro, as primeiras coisas”. E, por mais que a dinâmica dos relacionamentos por elas vividos seja basicamente a mesma, cada caso é um caso e cada mulher é única.
E eu não poderia deixar de falar àquelas que têm medo de mudar com a terapia e terminarem rompendo o relacionamento. A essas preciso dizer que nem todo problema amoroso só se resolve com separação. A mulher que acredita nisso costuma passar de um relacionamento para outro, termina chegando à conclusão de que sempre está trocando seis por meia dúzia, desiste de viver bem e se conforma com o parceiro, por pior que as coisas estejam, ou opta por ficar sozinha, como se um relacionamento feliz fosse para todos, menos para ela. O PARA SOBREVIVER A UM GRANDE AMOR não tem foco em rompimentos, mas em ajudar as mulheres a se enxergarem antes, durante e depois do drama que as aflige. Continuar ou não o relacionamento é uma decisão que caberá a cada uma.
Existe uma teoria segundo a qual o bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do planeta. É o conhecido Efeito Borboleta. Claro que se trata de uma metáfora, mas há uma ideia por trás disso, a de que pequenas modificações em um sistema podem provocar resultados significativos porque a Vida não segue uma pauta. Graças a Deus, ela costuma ser imprevisível e precisamos estar atentos e o mais preparados possível sempre.
Assim, muitas dessas mulheres, até as mais desanimadas, desesperançadas, mudam de uma tal maneira com a terapia que terminam provocando uma enorme mudança em suas vidas e nos parceiros. Claro que alguns mudam pra pior, por não suportarem perder aquela mulher que se deixava maltratar, o que torna a situação insustentável e leva ao rompimento. Mas há aqueles que entendem que, se quiserem ter ao seu lado aquela nova mulher, precisarão se transformar em novos homens. Esse entendimento pode até não ser consciente, mas, de qualquer forma, estará valendo!
Li que uma borboleta, ao bater as asas, promove uma modificação na pressão do ar ao seu redor. Então, se uma criatura tão pequena e frágil consegue tanto fazendo algo simples que está na sua natureza, imagina o que pode fazer uma mulher que está em processo terapêutico e apoiada por outras!
Ninguém precisa chegar ao fundo do poço para fazer o que deve ser feito. A qualquer momento, podemos dar meia-volta no caminho que percorremos a passos pesados pelo sofrimento, em direção à saída, à luz, ao ar fresco, só que batendo asas, voando leves, mas poderosas como borboletas.
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