O Extremismo e a Falta de Cuidado

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Cosette Castro

Brasília – Em meio a violência com que, neste fim de semana,  foram deportados os  imigrantes brasileiros e brasileiras ilegais que viviam nos Estados Unidos, vale lembrar que nada ocorre por acaso.  Principalmente em governos que acreditam que existem pessoas mais importantes que outras.

Hoje, 27 de janeiro, é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.  Há 80 anos, cerca de 6 milhões de Judeus, ciganos, imigrantes, pessoas com deficiência, população LGBT+, comunistas, socialistas e outros opositores ao regime nazista foram presos e assassinados em campos de concentração da Alemanha.

O extermínio também ocorreu em outros campos espalhados pela Europa, como foi o caso de Auschwitz, na Polônia. Foi um assassinato em massa programado para “purificar” a raça branca e exterminar as pessoas e famílias que não concordavam com o extremismo nem com a guerra. Saiba mais Aqui.

Quase 100 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, os discursos e atos de ódio contra pessoas diferentes, voltam a se espalhar no mundo. Mas em meio as ameaças de muros, deportações, prisões ilegais e fim dos direitos humanos, a população alemã saiu às ruas para dar exemplo e dizer não ao extremismo, ao preconceito e à violência. Mais de 100 mil pessoas foram às ruas desde o dia 20/01 em diferentes cidades, apesar do rigoroso inverno europeu.

E o Cuidado?

Cada vez que leio notícias sobre a escalada da violência contra os “diferentes”, fico pensando na minha mãe com demência.

Ela sobreviveria em meio ao extremismo, ao preconceito e as ideias de uma sociedade para pessoas brancas “normais”?

Penso também nas pessoas com outras doenças sem cura. E nas pessoas que estão envelhecendo, que aqui no Brasil são 33 milhões, segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE, 2024). E lembro do discurso preconceituoso e excludente sobre o “peso” que representam, as mesmas pessoas  com 60 anos ou mais que passaram a vida trabalhando e construindo o país.

Também penso no que aconteceria com os filhos das minhas amigas com deficiência. Com familiares e amigos LGBT+. Com pessoas negras, indígenas ou ciganas. E com as pessoas que têm diferentes religiões.

Em 2025, vivemos no Brasil uma democracia em construção, ainda com muitas desigualdades. Mas, como outros movimentos sociais, temos encontrado espaço para contribuir na  construção de políticas públicas. Também acompanhamos o acolhimento  às diferenças e o respeito aos direitos humanos. Um exemplo é a sanção da Lei 15.069 que criou a Política Nacional de Cuidados, lei inédita no país.

Enquanto isso, nesta terça-feira, 28 de janeiro, teremos duas atividades de autocuidado e cuidado coletivo importantes no Coletivo Filhas da Mãe.

Pela manhã começa a Oficina de Samba no Pé, que acontecerá nas terças e quintas-feiras, das 10 às 12h,  no Centro Longeviver, localizado na Quadra 601 da Asa Sul, edifício Providência, 2o. andar. As aulas são gratuitas e teremos lanche compartilhado (traga algo para contribuir). É só chegar e participar.

E na noite de terça-feira, 28, acontecerá a primeira entrevista de 2025 do programa Terceiras Intenções. A convidada de janeiro é a advogada Clarissa Franco que vai conversar  sobre Planos de Saúde com a jornalista Mônica Carvalho, online, das 19 às 20h, no canal do You Tube FILHAS DA MÃE COLETIVO. Link Aqui.

Cosette Castro

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