Cosette Castro
Brasília – Todo dia brasileiras e brasileiros sofrem violência. Junho não foi diferente.
No mês em que começaram de Norte a Sul as festas juninas, mais uma vez as mulheres de todas as idades foram as maiores vítimas de violências.
Aconteceram violências, mas também houve reação popular. E isso merece um pequeno balanço deste Blog. Vivemos no país onde a cada sete bebês que nascem, um (01) é filho de uma menina ou adolescente.
Na Câmara Federal assistimos estarrecidas o presidente da Câmara, Arthur Lira, aceitar o regime de urgência para a votação do PL 1904/2024. No seu silêncio, Lira gritou alto contra as meninas, adolescentes e mulheres de todo país.
Mais conhecido como PL do Estrupo, a proposta conservadora pretende punir as vítimas que fizerem aborto após 22 semanas. E, como já comentamos em textos anteriores, o PL protege pedófilos e estrupadores.
Se for aprovado, o PL representará um retrocesso de 100 anos nos direitos das mulheres garantidos em lei. Além disso, pune e retraumatiza as vítimas que deveriam ser acolhidas e protegidas.
O que a bancada conservadora não esperava é que a população reagisse contra mais essa violência sobre as meninas, adolescentes e mulheres e saísse às ruas contra o PL 1904/2024.
Tampouco esperavam que pessoas físicas e movimentos sociais fizessem abaixo-assinados e se manifestassem contra também nas redes sociais digitais.
Os protestos na rua têm caráter nacional, ocorrendo nas principais cidades do país. Eles exigem o arquivamento imediato do PL 1904. Nós, do Coletivo Filhas da Mãe, também.
Junho é o mês em que foi realizada a IV Conferência sobre os Direitos da Pessoa Idosa no Distrito Federal.
A atividade presencial, contou com cerca de 200 pessoas. E apresentou sugestões para 1.combater o preconceito por idade, 2.estimular o protagonismo das diferentes velhices e 3. para incentivar as políticas de cuidado e financiamento de serviços para pessoas idosas.
O Coletivo esteve presente como apoiador da IV Conferência na coordenação de Eixos e sugerindo propostas e moções.
As cuidadoras familiares do Distrito Federal estão envelhecendo e estão mais pobres. Estão se endividando para sobreviver. E estão adoecendo física e emocionalmente. Elas cuidam sem remuneração diferentes pessoas da família ao mesmo tempo, além de realizar várias outras atividades de cuidado.
Uma das preocupações em junho foi a notícia de que parte da equipe econômica do governo federal estava interessada em desvincular o salário mínimo (SM) das aposentadorias e benefícios. Alguns até disseram que as pessoas idosas representavam um custo, ignorando a contribuição ao longo dos anos das 32 milhões de pessoas 60+ ao país.
A boa noticia é que o Presidente Lula declarou esta semana que a desvinculação do SM está fora de cogitação em seu governo. Ufa!
No mês em que ocorre o dia internacional contra a violência sobre pessoas idosas (15.6) fizemos, pelo terceiro ano consecutivo, projeções nos prédios públicos distritais e federais. Em 2025 queremos realizar campanhas nacionais e projetos que, além de chamar atenção, ajudem a reduzir efetivamente as violências.
NO DISTRITO FEDERAL
No DF, a população também vem se mobilizando.
Seja contra o PL nacional 1904/2024, seja em repúdio à aprovação esta semana do Projeto de Lei do pastor Daniel de Castro que representa mais uma violência às mulheres.
Em nível distrital, o PL protege homens violentos e censura a imprensa, impedindo que sejam veiculados vídeos de homens agredindo mulheres.
No que diz respeito à Capital Federal, há uma grande mobilização contra o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB), aprovado em regime de urgência na Câmara Legislativa Distrital.
O PPCUB aprovado destrói o projeto urbanístico original colocando em risco o título de Brasília como cidade patrimônio da humanidade.
Como se fosse pouco, pretende, entre outras mudanças, reduzir as áreas verdes, aumentar a quantidade e altura dos prédios impactando diretamente no meio ambiente e na qualidade de vida da população.
Para quem quiser conhecer mais sobre o PPCUB aprovado, neste domingo haverá Roda de Conversa no Eixão Sul na altura da Quadra 108, a partir das 11h.
FILHAS DA MÃE CONTAM HISTORIAS
Nos meses de julho e agosto, o “Projeto Filhas da Mãe Contam Histórias” está de volta. E vai completar quatro anos de atividade.
Todas as sextas-feiras estaremos publicando historias de pessoas que cuidam ou já cuidaram seus familiares sem remuneração. Convidamos você a participar.
Sugerimos histórias reais engraçadas, tristes ou desafiantes. Elas serão publicadas no Blog junto com uma pequena apresentação de quem escreveu. O texto, de até 450 palavras, pode ser escrito por mais de uma pessoa. Aguardamos você!
Cosette Castro Brasília - A semana passada foi intensa em todos os sentidos. Hoje destacamos…
Cosette Castro Brasília - Às vezes, quando ficamos sem palavras frente a uma situação ou…
Cosette Castro & Vicente Faleiros Brasília - A disputa pelo dinheiro público do orçamento da…
Cosette Castro Brasília - Em tempos de negação constante da morte, o filme O Quarto…
Cosette Castro Brasília - Este foi um fim de semana especial. Começou o novembro negro…
Cosette Castro Brasília - Seis anos, sete meses e 17 dias. A Justiça é lenta,…