Cosette Castro
Brasília – Em tempos de chuvas de março, a Páscoa abre espaço para a comemoração familiar, rodeada de símbolos religiosos e pagãos.
Independente do tipo de família que você tenha, biológica ou adotiva, é tempo de renovação e mudança de estação. E de estímulos nada religiosos que aumentam o consumo de chocolate em todos os lugares.
É tempo de brincar com as crianças, caso conviva com elas, e usar a imaginação para esconder os ovos. Uma boa idéia é deixar pistas pela casa imitando patinhas de todas as cores. Ou de reunir jovens e nem tão jovens em torno dos desafios dos jogos de mesa.
A Páscoa é muito mais do que um bom período para viajar. São bons dias também para compartilhar a mesa e os alimentos. E levar em conta a saúde alimentar das pessoas que vão estar ao seu lado nesses momentos.
Não basta convidar para almoçar. É preciso cuidado alimentar.
Ou seja, levar em conta familiares e amigos com restrição a lactose, açúcar, glúten ou alergia a certos alimentos oferecendo alternativas à mesa. E descobrir a dieta usada por pessoas que seguem algum tipo de tratamento, entre eles demência.
Da parte de quem tem alguma restrição alimentar são tempos de cuidados redobrados e de autocuidado para não correr o risco de comer o que não pode. Uma idéia é buscar lojas que ofereçam produtos produzidos para essas dietas ou baixar na internet receitas que contribuam para manter a saúde.
Quem não se interessa por chocolate, pode aproveitar o feriado e presentear livros, sejam eles adultos ou infantis. Estimular a leitura coletiva, em voz alta, entre adultos e crianças, por exemplo, é uma boa forma de estar presente e atenta.
É um bom tempo também de ir ao cinema, aproveitando os filmes que foram indicados ou receberam o Oscar 2024. E, se não for possível, plataformas pagas, como Netflix, oferecem filmes, documentários e séries para assistir em grupo ou sozinha.
A sugestão desta sexta-feira santa no Netflix é o filme “Shirley para Presidente”, (assista ao trailer) que conta a história da primeira congressista negra nos Estados Unidos. Uma mulher que mudou a sua vida e se tornou referência para milhões de pessoas.
Para Além da Páscoa
O Coletivo Filhas da Mãe segue em campanha permanente contra o idadismo, o preconceito por idade. Somos 32 milhões com 60 anos ou mais no Brasil e há outras 55 milhões na faixa dos 50 anos segundo o IBGE (2023). Está mais do que na hora dos políticos pararem de fazer de conta que o Brasil é um país jovem.
A mudança na pirâmide etária acompanha a tendência dos demais países do mundo, mas o Brasil ainda não está preparado para acolher as pessoas idosas. É preciso orçamento e vontade política para implementar totalmente o Estatuto da Pessoa Idosa, que completou 20 anos em 2023. E desenvolver cidades inclusivas para todas idades.
Em termos de América Latina é preciso urgentemente ratificar a Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos da Pessoa Idosa (leia aqui) que deveria estar tramitando, mas está parada no Congresso Nacional. Isso ocorre porque os políticos conservadores não aceitam os termos do artigo 5o da Convenção que trata de igualdade e não discriminação por idade. Até quando esses políticos vão prejudicar a população idosa?
Envelhecer é um processo natural da vida. É um novo momento a ser conquistado com projetos, amorosidade, rede de apoio e muita risada. Apesar dos desafios, a longevidade é uma conquista individual e da sociedade.
Ainda assim uma significativa parte dessa mesma sociedade ainda olha para as pessoas 60+ com um misto de pena, condescendência, indiferença e até rejeição. Exceto se a pessoa idosa for alguém próxima da família ou se for famosa. Precisamos urgentemente de campanhas para estimular o convívio intergeracional.
Pensando no envelhecimento saudável e ativo, na próxima semana o Grupo Caminhantes do Coletivo Filhas da Mãe voltará às caminhadas nos domingos pela manhã. E já temos uma agenda para o mês de abril: 07/04 – Parque Olhos D’Água (Asa Norte), 14/04 – Caminhos de Athos Bulcão (Asa Norte), 21/04 – Parque Sucupiras (Sudoeste) e 28/04 – Parque Asa Delta (Lago Sul). Esperamos você!
Cosette Castro Brasília - A semana passada foi intensa em todos os sentidos. Hoje destacamos…
Cosette Castro Brasília - Às vezes, quando ficamos sem palavras frente a uma situação ou…
Cosette Castro & Vicente Faleiros Brasília - A disputa pelo dinheiro público do orçamento da…
Cosette Castro Brasília - Em tempos de negação constante da morte, o filme O Quarto…
Cosette Castro Brasília - Este foi um fim de semana especial. Começou o novembro negro…
Cosette Castro Brasília - Seis anos, sete meses e 17 dias. A Justiça é lenta,…