Queremos Cuidado, Inclusive nas Estatísticas

Publicado em cuidado

Brasília – Esse foi um fim de semana agitado que começou na sexta-feira quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as informações coletadas sobre pessoas idosas no Brasil.

Os dados mostraram um recorte parcial da população idosa ao não computar as pessoas na faixa de 60-64 anos neste grupo populacional. Elas representam cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil.

O Estatuto da Pessoa Idosa, que acaba de completar 20 anos, dispõe que é pessoa idosa aquela que completou 60 anos ou mais. E precisa ser obedecido.

Já os indicadores internacionais para fins de análise comparativa entre países trabalham com a faixa de 65 anos ou mais. Ainda assim, não é motivo de apagamento daqueles que têm 60 a 64 anos no Brasil que, inclusive, podem ser prejudicados na hora de definição de orçamento e políticas públicas.

Os grupos de pesquisa e coletivos sobre envelhecimento saudável e ativo e sobre longevidade no país mostraram sua perplexidade e indignação de diferentes formas.

Enviaram mensagens ao IBGE, escreveram nota conjuntas, deram entrevistas e mobilizaram diferentes Conselhos Nacionais, como o da Saúde e o dos Direitos das Pessoas Idosas. Além disso, conversaram com políticos que historicamente tratam da questão da pessoa idosa. O IBGE deve começar a refazer a inclusão dos dados ainda esta semana.

A análise do IBGE, no entanto, teve um ponto positivo. Mostrou a rápida resposta dos grupos ligados ao tema do envelhecimento saudável e ativo e da longevidade de Norte ao Sul do país. Não ficamos caladas e calados. Colocamos na prática o slogan “Nada de Nós Sem Nós”. Somos um país em rápido processo de envelhecimento e pessoas idosas não podem ser deixadas de lado, independente se têm 60, 90 anos ou 100 anos.

Sobre a Política Nacional de Cuidados

No sábado, foi anunciada a abertura de consulta pública para a Política Nacional de Cuidados, que começa nesta segunda-feira, 30/10.

O anúncio foi feito um dia antes do Dia Internacional dos Cuidados (29/10), data instituída pela Organização das Nações Unidas ( ONU) em 2023 para dar visibilidade ao trabalho gratuito de cuidado realizados pelas mulheres no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

Desde sua criação o Coletivo Filhas da Mãe vem estimulando reflexões para passarmos de uma Sociedade da Violência para uma Sociedade do Cuidado. E tem várias propostas para contribuir com o Grupo Interministerial (GI). O GI, por sua vez, teve como primeira tarefa fazer o levantamento dos serviços e ações existentes sobre cuidados nos diferentes ministérios e secretarias e desenhar o marco conceitual para a política nacional.

São  passos importantes. Mostra como o governo federal está fazendo o dever de casa e trabalhando conjuntamente. Não se trata apenas da ação isolada de um ou dois ministérios.  E também como está aberto para receber as propostas da sociedade civil.

Conheça aqui as propostas do Coletivo Filhas da Mãe para criarmos uma Sociedade do Cuidado para todas as pessoas, respeitando gênero, raça, classe social, fragilidades, diferentes corpos e as idades, inclusive as pessoas  com 60 anos ou mais. Uma Sociedade do Cuidado que contemple um sistema e políticas integradas de cuidados.

Aguardamos sua sugestão e comentários sobre as propostas do Coletivo Filhas da Mãe.

Para participar da consulta pública, entre no link aqui.

PS: Na terça-feira, dia 31/10, acontecerá ao vivo, das 19 às 20h,  a edição de outubro do Programa Terceiras Intenções. Este mês o convidado é o professor Vicente Faleiros, que acaba de receber o Prêmio Zilda Arns de Direitos da Pessoa Idosa pela Câmara dos Deputados.  Para assistir e enviar perguntas ou comentários, acesse o link do Programa aqui .

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