Ana Castro, Cosette Castro & Convidadas
Brasília – Os dados do Censo 2022 comprovam que o Brasil é um país em processo de envelhecimento.
Chegamos a 203,1 milhões de habitantes. No entanto, crescemos apenas 6,5% em relação a 2010. Ou seja, 0,52% por ano, a menor taxa desde 1872, ano do primeiro levantamento . E a proporção de idosos cresceu e de crianças e jovens diminuiu.
Hoje convidamos duas especialistas em atividades físicas para pessoas idosas para escreverem sobre a importância dos exercícios para garantir qualidade de vida durante o processo de envelhecimento. São elas, Marisete Safons, Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Atividade Física para Pessoas Idosas (Gepafi) e a professora de Educação Física, Fabiana Almeida Silva.
Marisete Safons e Fabiana Silva – “A previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que a partir de 2030 haverá mais pessoas idosas que jovens no Brasil. Essa mudança é devida, principalmente, aos avanços da medicina e às políticas públicas de saúde. Elas resultaram na queda das taxas de mortalidade e no aumento da expectativa de vida nos últimos 30 anos.
Devido às mudanças demográficas ocorreram também mudanças nos padrões de mortalidade e morbidade da população, conhecida como transição epidemiológica, que se refere à diminuição da mortalidade por doenças infecciosas e aumento das doenças crônicas não transmissíveis.
Entretanto, a presença ou ausência de doença orgânica não traduz a saúde de uma pessoa idosa, mas sim a sua funcionalidade global. Esta é definida como a capacidade de gerir a própria vida de forma autônoma e cuidar de si próprio de maneira independente, o que significa realizar suas atividades de vida diária sem auxílio.
Estudos demonstram que o nível insuficiente de atividade física pode aumentar o risco de declínio funcional, levando o indivíduo à fragilidade, devido à diminuição da força de preensão manual e lentidão da marcha, considerados critérios para diagnóstico dessa condição clínica. Ao mesmo tempo, a fragilidade resulta em fraqueza muscular, fadiga, má nutrição e perda de massa muscular, que culminam com a redução das práticas de atividades físicas pelas pessoas idosas.
Essa realidade faz com que a habilidade e o desempenho físico para realizar tarefas diárias tornem-se limitadas. Tarefas que são consideradas simples e desempenhadas sem grande dispêndio de energia por jovens e adultos, como por exemplo, levantar de uma cadeira ou subir um lance de escadas, podem se tornar tarefas de desgaste máximo para algumas pessoas idosas consideradas frágeis.
Por outro lado, uma boa condição física beneficia a funcionalidade global, seja na realização de atividades básicas do cotidiano, assim como nas mais complexas, mesmo em indivíduos frágeis. Isso porque as atividades do dia a dia demandam capacidades físicas como força muscular, flexibilidade e resistência aeróbia.
A prática de atividade física representa a abordagem mais importante para minimizar a perda de força e massa muscular decorrente da idade (sarcopenia), por estar intimamente ligada a uma condição de fragilidade, e, portanto, de incapacidade.
Adicionalmente, a prática de exercícios físicos pode prevenir as quedas que representam um grave problema de saúde pública, dada a frequência com que ocorre e suas consequências, como as fraturas de fêmur e de quadril. Isso gera custos sociais e econômicos para as pessoas idosas, seus cuidadores e os serviços de saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a prática regular de atividade física para todas as pessoas idosas, de acordo com as seguintes diretrizes:
1. Para benefícios substanciais à saúde: pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de moderada intensidade; ou pelo menos 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica de vigorosa intensidade; ou uma combinação equivalente de atividades físicas de moderada e vigorosa intensidade ao longo da semana;
2. Para benefícios adicionais à saúde: atividades de fortalecimento muscular de moderada intensidade ou maior que envolvam os principais grupos musculares em dois ou mais dias da semana;
3. Para aumentar a capacidade funcional e prevenir quedas: atividades físicas multicomponentes que enfatizem o equilíbrio funcional e o treinamento de força com moderada intensidade ou maior, em 3 ou mais dias da semana;
4. Para reduzir os efeitos deletérios à saúde devido ao comportamento sedentário, ou seja, o tempo sentado: recomenda-se substituir o tempo sedentário com atividades físicas de qualquer intensidade (inclusive baixa intensidade).
Viva com qualidade. Pratique exercícios físicos”.
Nós, do Coletivo Filhas da Mãe, semanalmente oferecemos Momentos de Autocuidado com ativdades físicas gratuitas presenciais e online. Além disso, criamos o grupo Caminhantes para estimular a prática de exercício coletivo entre as pessoas quue cuidam. Todos os domingos caminhamos nos parques de Brasília. No domingo, dia 16/07, estaremos no Parque Asa Delta, a partir das 8h30. Venha caminhar conosco.
PS: O prazo para participar do Brasil Participativo foi prorrogado até o dia 16/07. Você pode entrar no aplicativo e-Gov e escolher propostas e programas que garantam orçamento para pessoas idosas e envelhecimento saudável, que tratem sobre demências e programas que garantam proteção às mulheres. Você pode escolher 03 propostas da socidade civil e 03 programas de governo.
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