Hoje É Um Novo Dia

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Ana Castro & Cosette Castro

Brasília – Depois de uma eleição que paralisou o país e que foi considerada a mais difícil desde a redemocratização, temos um novo presidente eleito.

Houve fogos de artifício e comemorações nas ruas e nas casas do todo o país. No entanto, grupos de caminhoneiros apoiadores do atual presidente, se consideraram no direito de protestar pelo país.

Nos Estados onde o atual presidente teve mais votos, caminhoneiros bolsonaristas estiveram fechando estradas. Alguns pedem, inclusive, intervenção militar, pois não querem aceitar o resultado das urnas.

Algo que costumam fazer as crianças jogando futebol. Particularmente o dono da bola que, ao perder, leva a bola pra casa, pois o resultado não saiu como gostaria. Mas o jogo, assim como a vida, segue. Com outra bola.

Saindo da analogia para a vida real, gostaríamos de contar o que aconteceu domingo a noite com uma participante do Coletivo Filhas da Mãe.

A mãe da participante, que tinha demência, faleceu no meio da noite aqui em Brasília. A filha estava em Goiânia, nas primeiras férias de cuidadora.

A estrada foi fechada por caminhoneiros bolsonaristas descontentes com o resultado eleitoral. Em meio à dor da perda, ela foi obrigada a voltar de avião.

Este não foi o único caso de transgressões com consequências na vida das famílias brasileiras.

No dia anterior, no domingo, o diretor geral da Polícia Rodoviária Federal ( PRF) instruiu os policiais rodoviários a realizarem operações em ônibus, no dia das eleições. Antes disso, ele declarou publicamente voto no candidato que perdeu nas urnas.

Apesar de tudo, o Brasil acordou com novo presidente eleito e outros 12 governadores.

Em seu discurso, Lula conclamou a união nacional, lembrando que não existem 2 Brasis. Veja o discurso na íntegra

Segundo o presidente eleito, “a maioria do povo brasileiro deixou bem claro que deseja mais, e não menos, democracia. Deseja mais, e não menos, inclusão social e oportunidade para todos. Deseja mais, e não menos, respeito e entendimento entre os brasileiros. (…) deseja mais, e não menos, liberdade, igualdade, fraternidade em nosso país….”.

Lula foi o único candidato que recebeu e deu retorno às pautas relacionadas ao envelhecimento ativo. Falou publicamente na necessidade do país de contar com cuidadores sociais, pagos pelo Estado. (Link aqui).

Em seu discurso como presidente eleito,  falou sobre o processo de envelhecimento. De acordo com Lula, o que envelhece uma pessoa não é a quantidade de anos que ela tem, mas a falta de causa, recordando a importância das pessoas idosas terem projetos de vida. Lula prometeu, durante a campanha, recriar o Ministério da Previdência Social.

Da parte do Coletivo, seguiremos contribuindo para um Brasil melhor, estimulando a solidariedade e as ações conjuntas. Principalmente porque acreditamos que é a atividade em rede que possibilita o cuidado e o autocuidado.

Na sexta-feira, dia 28, realizamos em parceria com o CREAS Ceilândia, uma atividade em comemoração ao dia da pessoa idosa. Além da entrega de quase mil fraldas geriátricas, brincamos e conversamos sobre cuidado de pessoas com demência ou com dependência. (Veja aqui).

As ações do Coletivo não param. Na primeira semana de novembro teremos mais 2 atividades.

O primeiro projeto ocorre mensalmente e está voltado para o cuidado de pessoas com demências.

Trata-se da Roda de Conversa Online, que vai acontecer na terça-feira, dia 01, das 19h às 20h30. Em novembro, a Roda de Conversa contará com a presença da professora e advogada Luciana Mussi ( Link para reunião aqui). Entre os temas da Roda de Conversa estará a Tomada de Decisão Apoiada.

Na sexta-feira, dia 4/11, haverá uma atividade de autocuidado no Coletivo. Levamos em conta que, com a sobrecarga física e emocional, muitas cuidadoras adoecem.

A Oficina Poético-Literária vai ocorrer, das 9 às 12h, coordenada pela professora e poetisa de Santos/SP, Cristiane Sebastião. O evento é presencial, em Brasília ( Edifício Providência, 2o. andar, na 601 Sul) e gratuito. Inscrições aqui.

A poetisa Cristiane Sebastião comenta que não é preciso experiência prévia em escrita poético-literária. ” É um momento de leitura coletiva e escrita individual como espaço de autocuidado. Todas cuidadoras são bem-vindas”.

Este mês o Coletivo Filhas da Mãe começa a fazer o balanço das atividades do segundo semestre de 2022. E também vai definir os novos projetos para 2023. Com muita esperança em dias melhores.

Cosette Castro

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