Ana Castro & Cosette Castro
Brasília – Antes de contar as novidades sobre a pesquisa que vai traçar o perfil de pessoas com demências e o perfil de cuidadoras e cuidadores no Distrito Federal, lembramos que esta foi uma semana de fortes emoções em Brasília.
Na mesma semana ocorreram duas manifestações de rua na Capital Federal. Enquanto isso, o governador Ibaneis Rocha baixou o decreto que determina o fim do uso de máscaras no DF. Uma medida temerária em ambientes fechados, já que o risco de Covid-19 ainda não foi extinto.
A primeira manifestação ocorreu ao entardecer da terça-feira, 08 de Março quando homens e mulheres caminharam na Esplanada dos Ministérios pelo fim da violência contra meninas e mulheres de todas as idades. A marcha não ocorreu por acaso.
Segundo Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2022), no Brasil a violência contra meninas e mulheres segue aumentando escandalosamente em meio ao silêncio e apatia do governo federal. A cada 10 minutos uma mulher sofre violência sexual.
Em 2021, foram registrados 56.098 casos de estupros. São meninas e mulheres que vão carregar as marcas da violência sexual masculina por toda vida. A maioria delas, negras.
Desde março de 2020, quando começou a pandemia, foram registrados 100.398 casos de violência contra as mulheres, sendo que em 18 estados do país houve aumento também de estupro de vulnerável. Ou seja, cresceu o número de meninas menores de 14 anos ou incapazes de oferecer resistência, agredidas sexualmente.
A cada 20 minutos é registrado um estupro contra as meninas, sem que haja uma campanha nacional para dar um basta a essa situação. Uma violência que ocorre em todas as classes sociais e onde conhecemos apenas os casos oficiais, aqueles que são denunciados em delegacias e outros locais, como Provid, Pró-Vítima.
A violência não para por aí. O assassinato pela condição feminina, conhecido por feminicídio segue crescendo. A cada sete horas uma mulher é assassinada no país e cada vez que isso ocorre, uma família é destruída. Física e psicologicamente. Ainda assim, as campanhas contra o feminícidio seguem tímidas, quase inexistentes.
A segunda manifestação de rua ocorreu na quarta-feira em defesa das terras indígenas, do meio ambiente e contra o Projeto de Lei que libera mineração em terras indígenas. A Esplanada se encheu de música, cores e pessoas de todas as idades, em especial os jovens. E contou com a presença de Caetano Veloso e vários artistas. De costas para a população, o Congresso Nacional aprovou na mesma noite a tramitação em regime de urgência do PL 191/20.
Enquanto isso, nós, do Coletivo Filhas da Mãe, seguimos atuando no Grupo de Trabalho (GT) para divulgar o Estudo sobre Pessoas Idosas Com Demências e Cuidadores no DF. A Pesquisa distrital vai traçar o perfil das pessoas com diagnóstico de demência ou em processo de diagnóstico. A Pesquisa vai ainda o perfil de cuidadoras e cuidadores, familiares ou profissionais. Com isso, conheceremos os serviços disponíveis e as demandas existentes.
Esta semana, foi prorrogado o prazo para cuidadoras e cuidadores familiares e profissionais do DF se cadastrarem para participar da pesquisa. Com a prorrogação, queremos garantir a ampliação dos cadastros até o final de março. Se você ainda não se cadastrou, aproveite. Cadastre-se AQUI.
Ao se cadastrar, cada pessoa escolhe como prefere participar: de forma presencial, por telefone ou pela internet. Além disso, escolhe o turno em que vai responder as questões, no caso das duas primeiras opções. Em pouco tempo, uma pessoa da equipe fará contato para definir a data da aplicação da pesquisa.
Sua participação é muito importante para nós.
A partir dos resultados, o Coletivo Filhas da Mãe e seu parceiro, Fórum Distrital em Defesa da Pessoa Idosa, poderá sugerir políticas públicas de cuidado específicas para o DF. E contribuir como modelo para outros estados do país.
Em Tempo: Se você tiver algum problema para se cadastrar, envie uma mensagem para nós aqui no Blog ou para o email filhasdamaecoletivo@gmail.com.
2 thoughts on “Pesquisa Sobre Demência Tem Cadastro Prorrogado”
Sou filha de idosa de 77 anos em processo de esquecimento entre outras patologias…sou PRF da saúde gostaria de participar da pesquisa junto minha mãe pois me encontro em um universo de de solidão
Oi Joselice. Você já participa do nosso grupo do w.app? Segue o link aqui: https://chat.whatsapp.com/LsCig9YOHdFExZZfQC4sNB Você é bem-vinda. Talvez ajude a você não sentir tão sozinha. Compartilhamos os mesmos problemas, medos e dúvidas. Sobre a pesquisa, você pode se cadastrar no link a seguir: http://bit.ly/formscodeplanidosos
Receba nosso abraço,