Máscaras Corretas Salvam Vidas

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Ana Castro & Cosette Castro

Brasília – Em um país onde um entre quatro brasileiros com 16 ou mais anos afirma ter sido diagnosticado com Covid-19 desde o início da pandemia, ainda não é possível  viver sem medo.

Pesquisa  Datafolha publicada no sábado (15 de janeiro) aponta que 41,95 milhões de pessoas teriam sido contaminadas no Brasil desde março de 2020. Enquanto isso, o governo federal teima em viver em uma realidade paralela.

Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), apenas 22,9 milhões de brasileiros e brasileiras foram contaminados por Covid-19. Ou seja, de acordo com os números oficiais, 19 milhões de contaminados simplesmente não existiram no país. 19 milhões de pessoas passaram a ser oficialmente saudáveis.

O Brasil tem problemas na sistematização de dados de infectados.  Inclua-se aí deficiências na padronização do envio dos dados de testes com resultado positivo a serem contabilizados pelo governo federal. Mas uma diferença de 19 milhões de pessoas representam 9% da população.

Os dados podem ser mais graves no caso dos 41,95 milhões de contaminados. Isso ocorre porque esse número diz respeito apenas a pessoas a partir de 16 anos, enquanto os números do Conass abrangem todas as idades. A discrepância entre  a realidade e a versão oficial tende a ser muito maior.

Conforme a pesquisa, 3% dos entrevistados afirmaram ter tido covid-19 nos últimos 30 dias. A porcentagem representa 4 milhões de pessoas. O sêxtuplo do número indicado nos dados oficiais coletados no período, que somaram pouco mais de 620 mil novos casos positivos.

O que leva a outra questão. Apesar do absurdo número oficial de mortos no país, este também é um número aquém das mortes reais, dado o baixo número de notificações e da campanha anti-vacina realizada pelo Presidente da República. Oficialmente, ocorreram mais de 621 mil mortes,  vidas cujo fim poderia ter sido evitado com  uma campanha nacional de vacinação eficaz.

Com a chegada das novas variantes, entre elas o ômicron, o aumento dos casos da doença voltou a crescer em todo o país. Ainda assim, muitas pessoas deixaram de tomar medidas de segurança básica, como usar máscaras específicas,  higienizar constantemente as mãos com álcool gel, não ficar em ambientes fechados e não aglomerar.

Com isso,  o Brasil inaugurou a terceira onda do Covid-19. Registrou 31,6 mil novos casos em 24 horas no domingo (16), elevando para 69,2 mil a média de casos em uma semana. Esse é o maior número, desde junho de 2021.  Embora o índice de mortalidade seja mais baixo, a transmissão é mais rápida e está sobrecarregando os postos de saúde e  hospitais

Diferente das variantes anteriores, o ômicron  se assemelha a uma gripe, o que faz com que muitas pessoas baixem a guarda e não busquem ajuda especializada desde o início.

A nova variante está atacando as crianças que ainda não tiveram direito de se vacinar em todo o país, apesar do apelo dos pais, familiares e especialistas. Situação bem diferente da Espanha,  país que já vacinou mais de 90% das crianças.

Um dos equívocos mais frequentes sobre a nova variante é  usar máscaras que não protegem, como ocorre com as máscaras de pano.  Estudo realizado pelo Instituto Max Planck, da Alemanha, mostrou que os modelos mais eficazes são a N95/PFF2. Elas chegam a ter 75 vezes  mais proteção que as máscaras cirúrgicas, sempre que bem ajustadas ao rosto.

As máscaras N95/PFF2 podem ser reutilizadas,  mas não devem ser lavadas. Para o uso cotidiano, o indicado são três máscaras ao dia. Elas devem ficar “respirando” em um local com ventilação. Tampouco devem ser guardadas em sacos plásticos para evitar que fiquem úmidas. O ideal é que sejam guardadas em caixas de papel ou envelopes.

Nos postos de saúde o número de pessoas que querem fazer o teste cresce diariamente. Caso você apresente sintomas ou tenha tido contato com pessoas infectadas, procure um posto público de ampla testagem para Covid-19.

No Distrito Federal existem quatro. Estão localizados no Aeroporto de Brasília, na Rodoviária do Plano Piloto, na unidade básica de saúde 01 da Asa Sul, na 612 Sul, e a unidade básica de saúde 02 da Asa Norte, localizada na 114 Norte. Segundo a Secretaria de Saúde, outros postos de saúde realizam o teste, mas só atendem os moradores das regiões de abrangência dos postos.

Use máscaras corretamente. Você cuida de você e de todas as pessoas a sua volta. #usemáscaras

Cosette Castro

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