Ana Castro & Cosette Castro
Brasília – Com a virada do mês de novembro, nos aproximamos cada vez mais do aniversário de 2 anos do Coletivo Filhas da Mãe, criado em dezembro de 2019.
Enquanto dezembro não chega, seguimos tratando de temas como o envelhecimento populacional, assunto que diz respeito as brasileiras e brasileiros de hoje e de amanhã.
De acordo com pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (DIEESE) há 37,5 milhões de pessoas idosas no Brasil. Dentro deste grupo, 18,5% ainda trabalham e 75% contribuem para o orçamento do local onde residem.
No Brasil, a população idosa sofre várias violências.
De um lado, tenta sobreviver à pandemia e de outro, sobreviver em meio a um governo conservador que apoia o congelamento do orçamento nas áreas de saúde, educação, ciência e tecnologia e corta cada vez mais o orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Já a crise econômica faz com que 75% das pessoas idosas sejam obrigadas a contribuir para o orçamento doméstico.
Em 68% dos casos, são as pessoas 60+, com sua aposentadoria ou trabalho, que garantem a sobrevivência da família. Isso em um país com 14% de desempregados, conforme dados oficiais do IBGE (2021) e outros 39 milhões de pessoas sobrevivendo no mercado informal.
O Brasil está entre os países que envelhecem mais rapidamente no mundo, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2018). Isso ocorre sem o preparo adequado nem a implementação das políticas públicas existentes, necessárias para proteger as pessoas idosas, garantir qualidade de vida, o envelhecimento ativo e a dignidade.
Como se fosse pouco, das mais de 600 mil mortes por Covid-19, quatro em cada cinco poderiam ter sido evitadas. Isso se tivessem sido respeitados os protocolos recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), pela Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A maior parte das mortes ocorreu entre populações fragilizadas, como as pessoas idosas.
Levando em conta esta realidade, o Coletivo Filhas da Mãe passou a apoiar a campanha “Sociedade para todas as Idades”, lançada no final de outubro, e a Carta Aberta das Pessoas Idosas, disponível em forma de abaixo-assinado coletivo.
A campanha defende a implementação de políticas públicas voltadas para as pessoas idosas e uma sociedade onde convivam diferentes gerações, sem preconceito, com qualidade de vida e respeito aos direitos humanos.
A construção de uma sociedade para todas as idades inclui ações e diretrizes que fazem parte da década do envelhecimento saudável 2021-2030, proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
São quatro ações das quais podem fazer parte e participar cidadãos, instituições e comunidades do mundo inteiro, como mostra o link acima.
A primeira ação se propõe a mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos com relação à idade e ao envelhecimento, combatendo o preconceito (ageismo, etarismo, idadismo) e o medo de ficar velho.
A segunda ação se propõe a garantir que as comunidades promovam as capacidades das pessoas idosas, criando ambientes amigáveis e garantindo a inclusão dos mais vulneráveis. Para isso, a OMS disponibiliza um guia global para cidades amigas das pessoas idosas.
A terceira ação diz respeito a garantia de serviços de cuidados integrados e de atenção primária à saúde centrados e adequados à pessoa idosa. Algo que precisa ser garantido e ampliado no Brasil, incluido políticas nacionais de cuidado para pessoas idosas e suas cuidadoras e cuidadores.
A quarta ação proposta pela OMS está relacionada aos cuidados de longo prazo às pessoas que necessitem, como é o caso dos que tem demências, e inclui o apoio às cuidadoras.
Convidamos você e sua instituição a apoiar a campanha “Uma Sociedade Para Todas as Idades”. E a multiplicar o abaixo-assinado (link disponível acima), divulgando a campanha. Como aponta a Carta Aberta das Pessoas Idosas, “nada de nós sem nós!”
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