Ana Viriato
Testemunha-chave do episódio em que a distrital Sandra Faraj (SD) é acusada de embolsar R$ 150 mil em verba indenizatória, Manoel Carneiro prestou esclarecimentos a portas fechadas, nesta quarta-feira (3/5), ao Corregedor da Câmara Legislativa, Juarezão (PSB).
Após a oitiva, que durou menos de uma hora, o ex-chefe de gabinete da parlamentar saiu por trás da sala onde depôs e não falou com a imprensa. O deputado Juarezão também preferiu não esclarecer detalhes da reunião.
O Corregedor do Legislativo local tem até a quinta-feira da próxima semana para entregar um parecer sobre a denúncia à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.
Com o relatório em mãos, o colegiado decidirá se instaura uma sindicância interna. Neste caso, Sandra Faraj teria 30 dias para apresentar defesa.
Denúncia
Em 14 de fevereiro, o ex-comissionado de Faraj e sócio da Agência de Tecnologia e Comunicação Netpub, Filipe Nogueira Coimbra, acusou a distrital de desviar parte do valor estabelecido em contrato com a empresa – um total de R$ 174 mil – pela prestação de serviços. Segundo a denúncia, apesar de receber o ressarcimento integral do Legislativo local, a parlamentar quitou apenas 10 parcelas de R$ 2.655, ou seja, R$ 26.550, e embolsou o restante dos subsídios.
Sandra Faraj refuta todas as acusações. A parlamentar classifica-se como “vítima de uma guerra de revanchismo”, orquestrada por funcionários exonerados. A distrital contra-argumenta que os valores foram quitados integralmente com dinheiro em espécie, com subsídios guardados em casa e declarados à Receita Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As notas fiscais que atestam os pagamentos estão disponíveis no portal da Câmara Legislativa. Porém, segundo o proprietário da Netpub, os comprovantes eram exigidos por Faraj antes da quitação das parcelas.
O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) investiga o caso, por meio da Operação Hemera, deflagrada na última quinta-feira.