ANA MARIA CAMPOS
A Justiça decretou a prisão preventiva de 13 policiais militares do DF sob suspeita de participação em crimes de corrupção passiva, organização criminosa, embaraço à investigação de organização criminosa, tortura, tráfico de entorpecentes, prevaricação e fraude processual. Investigações apontam que os PMs se apropriaram de grande quantidade de droga apreendida de um traficante.
Os mandados de prisão e 34 de busca e apreensão estão sendo cumpridos nesta manhã (06/06) na Operação Dolus Malus, desencadeada pela 1ª Promotoria de Justiça Militar do DF e pelo GAECO/MPDFT em conjunto com a Polícia Civil e com a Corregedoria da Polícia Militar.
Entre os endereços alvos das buscas estão unidades militares de alguns dos investigados PMs, dentre eles, 2° BPM, 2° BPM CHOQUE, 10° BPM, Academia Militar e na Casa Militar do Governo do Distrito Federal.
As investigações basearam-se em provas obtidas em operações da CECOR (Coordenação de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária) da Polícia Civil, realizadas no ano passado e em diversas interceptações telefônicas.
Ocorrência fake
Investigações apontam suspeita de que policiais militares localizaram um perigoso traficante do Distrito Federal e uma elevada quantia de entorpecentes, mas parte da droga desapareceu. O criminoso, embora tenha sido detido, foi logo em seguida liberado pelos PMs, após indicar o local onde estaria um carregamento com mais de 200kg de maconha.
A Polícia e o Ministério Público acreditam que os PMs forjaram o teor da ocorrência policial. Eles alegaram que o traficante fugiu com parte da droga, distorcendo os fatos.
Em princípio, os próprios militares investigados, em trocas de mensagens, relataram a existência de 500 kg de droga, embora apenas pouco mais de 203 kg tenham sido apresentados.
Há indicativo, ainda, de que o traficante foi preso pelos militares no início da tarde, na posse de 50kg de droga, a qual não foi apresentada.
Os relatos dos próprios militares é de que o fato ocorreu mais tarde e, nesse período, eles estavam em diligências investigativas ilegais para localizar os 500kg de droga que estariam em poder do traficante.