Cotado como nome forte para a presidência da Câmara dos Deputados com a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Rogério Rosso só vai se apresentar como interessado ao cargo se não houver disputa, ou seja, com o jogo já jogado nos bastidores.
Como a candidatura pode ser registrada até o último dia, horas antes de começar a votação, Rosso só entra para ganhar.
É o estilo do deputado de Brasília. Foi assim quando virou governador, também em mandato tampão, durante nove meses, em 2010, depois da crise com a Operação Caixa de Pandora.
Na ocasião, Rosso surgiu como uma surpresa e ganhou a eleição indireta na Câmara Legislativa, com o apoio de seu partido à época, o PMDB, liderado por Tadeu Filippelli, braço direito hoje do presidente em exercício Michel Temer.
Com a estratégia de virar presidente em consenso, Rosso mede as palavras, como se percebe na entrevista concedida à coluna Eixo Capital.
Você vai concorrer à presidência da Câmara dos Deputados?
Não tenho absolutamente nenhuma pretensão nesse sentido. O momento é de apaziguar os ânimos da Câmara e buscar consensos em nome da estabilidade da Casa. Quero ajudar na união.
Qual deve ser o perfil do deputado para assumir a Casa neste momento?
Conciliador, previsível e que compreenda o difícil momento que o país vive.
Estar na primeira legislatura atrapalha um possível consenso em torno de seu nome?
Não tenho essa impressão.
E o fato de ser visto como um aliado de Eduardo Cunha?
Não sou aliado do Cunha. Não votei nele para presidente. Mas, como líder de quase 40 deputados, tenho a obrigação de ter uma relação institucional respeitosa com ele.
Aliados da presidente Dilma veriam seu nome com desconfiança por ter presidido a comissão de impeachment?
Apresentei um projeto proibindo que parlamentar presidente ou relator de comissão de impeachment assuma cargos no Poder Executivo. Porém, o Parlamento é independente e autônomo.
Qual será a força do presidente Michel Temer nessa eleição para a presidência da Câmara?
O presidente Temer tem uma relação muito respeitosa e republicana com o Congresso. Seguramente, ele vai respeitar a independência do Legislativo, como sempre fez.
Ao renunciar à presidência da Câmara, Eduardo Cunha chorou. Ele foi injustiçado?
Temos que respeitar a emoção e o sentimento do próximo. Não cabe a mim julgar absolutamente ninguém sobre seus sentimentos.
E se o seu nome surgir como um consenso? Aceitaria?
Acredito terem nomes mais preparados e experientes.
Se você não for candidato, quem apoiará?
Vamos primeiro aguardar os nomes e fazer uma avaliação.
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