Panatenaico - pagamento de propina - prorrogação das prisões
#Operação Paratenaico prende ex-governadores do DF Crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press Panatenaico - pagamento de propina - prorrogação das prisões

PF: pagamentos de propina eram em espécie, doações eleitorais e eventos

Publicado em CB.Poder

ISA STACCIARINI

Investigações da Operação Panatenaico apontam que os acusados de envolvimento no suposto esquema de pagamento de propina pelo Estádio Mané Garrincha usavam três formas para o pagamento dos valores indevidos.

 

A delegada da Polícia Federal Fernanda Oliveira, responsável pelo inquérito, explica que a definição da forma do repasse variava de acordo com os interesses dos envolvidos. “O recebimento tinha três formatos: pagamento em cash, via operadores, doações eleitorais, ou pagamentos de eventos de parceiros políticos. Eles pediam para que a Andrade Gutierrez pagasse alguns eventos”, contou a delegada. Um exemplo era a compra de ingressos para a Copa do Mundo, para contemplar pessoas ligadas aos políticos.

 

Há vários relatos de pagamento em espécie. Segundo Rodrigo Leite Vieira, da Andrade Gutierrez, ele teria repassado dinheiro a José Luiz Salomão, suposto operador de Agnelo Queiroz, no canteiro de obras do estádio. Ainda segundo informações da PF, houve uma reunião entre Sérgio Andrade, que seria o intermediário de José Roberto Arruda, com dois executivos da Andrade Gutierrez em frente a uma padaria da 113 Sul.

 

Nesse encontro, os empresários teriam acertado o pagamento de R$ 2 milhões a Arruda. O valor seria dividido em cinco parcelas. A entrega final ocorria normalmente no estádio nacional, segundo os relatos.

 

Propina por doações

A delegada da PF revela ainda como funcionava o repasse por meio de doações eleitorais. “Tem a questão do caixa 2, que é a doação oficial, mas que está atrelada à própria execução da obra (do Estádio Nacional Mané Garrincha). Então existe esse vínculo muito direto”, conta a delegada.

 

Fernanda Oliveira relata ainda detalhes dos repasses em espécie: “A entrega em cash saía no seguinte formato: os pagamentos eram fracionados. Era apresentada a medição da execução da obra e, depois, feita a liquidação para as empresas. Como havia um acordo prévio, quando o dinheiro saía, havia o repasse do valor da propina. Não eram grandes valores. Tanto é que apreendemos listas de pagamento de propina. Nessas listas, há individualizações com datas e valores picotados”, revela a delegada. “É possível ver que casaram exatamente com a liberação do dinheiro ao consórcio”.