Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos
Em 100 dias de governo a serem completados amanhã, Ibaneis Rocha (MDB) deu mostras de como deverá administrar a capital do país pelos próximos três anos e nove meses. O governador montou uma equipe com nomes do cenário nacional sem perder a liderança. Ninguém fala pelo Executivo com autoridade, a não ser o próprio chefe do poder. Quem é o secretário mais forte? Por enquanto, todos são apenas subordinados.
Ibaneis trabalha para se tornar um nome nacional, com uma aproximação com políticos de expressão, demonstrada nas reuniões com os colegas governadores. Mas, embora se dedique a manter uma boa relação com o presidente Jair Bolsonaro, o governador já deixou claro que não engolirá sapos, como demonstrou no episódio da transferência do líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, para a penitenciária federal de segurança máxima no DF, quando criticou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Um de seus principais aliados tem sido o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Entre as características evidentes, está o lado advogado de Ibaneis. Ele vai acionar o Judiciário, um campo que domina bem, para debater questões de interesse do DF. No caso do processo julgado pelo TCU sobre a retenção do imposto de renda dos salários dos servidores da segurança pública, o governador foi pessoalmente expor a defesa dos cofres públicos locais.
Os primeiros 100 dias também foram uma sinalização das dificuldades que estão por vir, bem maiores do que as discutidas na campanha. As dificuldades financeiras estão explícitas, o que pode dificultar as relações do Executivo com os sindicatos a curto ou médio prazos pela impossibilidade de conceder os reajustes prometidos.
Com um perfil progressista, o secretário de Educação, Rafael Parente, a princípio, reagiu à proposta de gestão compartilhada das escolas públicas do DF com a Polícia Militar. Mas hoje defende a ideia com entusiasmo. Segundo ele, os professores estavam desconfiados, mas agora quem atua nas unidades que já adotaram o modelo está animado e a comunidade, também. Ele optou pela linha “se todos aprovam, não sou eu quem vai se colocar contra”.
Na disputa pela vaga do quinto constitucional da OAB no Tribunal de Justiça do DF, um apoio pode ser essencial: o da secretária nacional de Justiça, Maria Hilda Marsiaj Pinto, subprocuradora-geral da República aposentada que atuou na Lava-Jato no STJ e integra a equipe do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Um olhar do Ministério Público para uma vaga a ser ocupada por um advogado no Judiciário.
A senadora Leila Barros (PSB/DF) esteve ontem com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro da Cidadania, Osmar Terra. Conversaram sobre temas ligados ao esporte, como os atrasos no pagamento da bolsa atleta. Nada de Reforma da Previdência na pauta.
Em seis meses, o Distrito Federal perdeu três personagens importantes de uma geração política: o ex-governador Joaquim Roriz, o ex-secretário de Governo Benjamin Roriz e o advogado Eri Varela.
A Adasa concedeu horário especial para servidoras que estiverem amamentando. O ato saiu publicado ontem. Até o bebê completar um ano, elas podem trabalhar uma hora a menos, como ocorre em outros órgãos. Em fevereiro, o deputado Leandro Grass (Rede) esteve com o presidente da Adasa, Paulo Salles, e os dois trataram do assunto. “Um grande avanço do órgão. Que sirva de exemplo aos demais do DF e do Brasil”, disse o distrital.
O promotor de Justiça Wilton Queiroz recebeu, na semana passada, uma homenagem de colegas de grupos de combate ao crime organizado de todo o país. Promotores do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas entregaram uma placa de agradecimento ao trabalho “incansável e competente” desempenhado por Wilton como coordenador da área de inteligência do Ministério Público do DF durante mais de 12 anos e na força-tarefa da Lava-Jato da Procuradoria-Geral da República. Ele agora atua na Promotoria de Família do Núcleo Bandeirante.
Não foi desta vez que o advogado Luis Felipe Belmonte (PSDB) assumiu o mandato de senador. Suplente de Izalci Lucas (PSDB/DF), ele estava pronto para entrar em campo, com os rumores de que o tucano viraria ministro da Educação. Mas a escolha do presidente Jair Bolsonaro foi outra.
“Bandido bom é bandido empregado no gabinete do filho do presidente”
Senador Humberto Costa (PT/PE), sobre as investigações relacionadas às movimentações financeiras de Fabrício Queiroz, que trabalhou no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ)
“E bandido nomeado no gabinete do seu correligionário Chico Vigilante?”
Deputado Robério Negreiros (PSD), sobre condenado por roubo a mão armada que foi empregado no gabinete do petista
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