ANA MARIA CAMPOS
A Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) prendeu nesta tarde (31/10) um dos alvos da segunda etapa da Operação Panoptes que estava foragido. Considerado um dos líderes da “Máfia dos Concursos”, Antônio Alves Filho foi preso em uma fazenda, onde estava escondido, em Formosa (GO). Ele é um dos suspeitos que teve a prisão preventiva decretada pela Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Águas Claras.
A investigação, sob o comando do delegado-adjunto da Deco, Adriano Valente (foto), apontou que Antônio Alves Filho foi quem aliciou Ricardo da Silva Nascimento, então funcionário do Cebraspe (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos), que promove vários concursos em todo o país. Vários suspeitos de integrarem a organização criminosa desbaratada pela Operação Panoptes apontam Antônio como o contato dentro do Cebraspe, “o cara que consegue as coisas”.
Uma das candidatas que prestou depoimento e admitiu ter comprado resultado de um concurso promovido pelo Cebraspe contou aos policiais civis que, dois dias depois da prova, esteve na casa de Hélio Ortiz, o líder da “Máfia dos Concursos”, e se encontrou com Antônio Alves Filho. Ele chegou com a prova dela em branco dentro de um envelope para que ela fizesse o concurso. A moça escreveu a redação e devolveu para Antônio que concluiu as respostas.
Deflagrada ontem (31/10), a segunda etapa da Operação Panoptes cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três de temporária e 15 de buscas e apreensões. Dois alvos de prisões ainda estão foragidos.
O Cebraspe informa que tem colaborado com as investigações da Polícia Civil do DF e tem tomado diversas medidas para ampliar a segurança nos concursos.