Crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press. Homem de braços dados. Crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press. Homem de braços dados.

PP, PL e Republicanos juntos?

Publicado em Eixo Capital

Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

Depois do União Brasil — que surgiu com a fusão do DEM e PSL — pode nascer uma nova frente forte de partidos do Centrão. PP, PL e Republicanos discutem ainda preliminarmente a composição de uma federação de partidos. Esse tipo de aliança foi criado com a recente promulgação da Lei nº 14.208/2021. A federação é uma associação mais rígida que a coligação e não vale apenas para as eleições. Dura quatro anos, ou seja, os partidos ficam unidos durante toda a legislatura. Se alguma legenda deixar o grupo antes desse prazo, sofre punições, como a proibição de utilização dos recursos do Fundo Partidário pelo período remanescente. Mesmo com essa barreira, a federação, na verdade, acaba driblando a extinção das coligações partidárias — o que tem dificultado muito a formação de nominatas para a disputa de deputados. O problema dessa união são os interesses regionais, já que a associação das legendas é nacional e se reproduz em todas as unidades da federação. Em alguns estados, os partidos não se bicam.

Divórcio à vista
Outro ponto negativo é que a federação não é uma união efêmera. É um casamento de quatro anos, estabelecido em lei. Mas entre políticos envolvidos na discussão se vislumbra uma saída: uma nova lei para mais adiante que permita o divórcio.

Federação uniria Flávia, Celina e Julio Cesar
No DF, significaria ver na mesma aliança os deputados federais Flávia Arruda (PL), Celina Leão (PP) e Julio Cesar Ribeiro (Republicanos). Se Flávia decidir concorrer ao governo, Ibaneis Rocha perderá aliados e partidos no seu projeto de reeleição.

Os potenciais vices

Na costura das composições políticas, alguns nomes surgem como potenciais número dois, coadjuvantes que acabam ajudando muito. São os políticos que agregam a uma chapa, mas não estão no páreo para concorrer como o cabeça. Ou estão, mas topariam abrir mão em benefício de outros interesses. Entre os nomes citados, estão candidatos que levam para o grupo o apoio do setor produtivo, um partido com tempo de televisão e fundo eleitoral ou dão uma pegada que o titular não tem. Entre os nomes envolvidos em articulações ou vistos como potenciais aliados no DF estão o ex-deputado Joe Valle (PDT), o superintendente do Sebrae-DF, Valdir Oliveira, o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB), a deputada Arlete Sampaio (PT), a ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda (PL), e o empresário Paulo Octávio (PSD).

Setor produtivo
Joe Valle e Valdir Oliveira são apontados como possíveis vices na chapa de José Antônio Reguffe (Podemos). Eles têm proximidade, afinidade e levariam para a chapa a interlocução com o setor produtivo.

Coringas
Paulo Octávio, Flávia Arruda e Rafael Prudente são potenciais vices da chapa à reeleição do governador Ibaneis Rocha. Flávia já disse que não quer. Mas uma composição política pode mudar essa possibilidade. Paulo Octávio na vice abriria espaço para um arranjo com um nome para o Senado — cargo que ele diz querer concorrer. Já Rafael Prudente é apontado como um coringa. Pode ser candidato a deputado federal, senador, vice ou até mesmo governador, a depender do cenário. Leva o apoio do setor evangélico.

Vice do palanque de Lula
A deputada Arlete Sampaio (PT) é considerada um bom passe para negociação do PT com outras legendas de esquerda. Ela — que já foi vice de Cristovam Buarque — pode entrar na chapa do candidato do PSB, provavelmente Rafael Parente. Ou de outro nome que surgir no DF para o palanque de Lula. Tudo vai depender da composição e da estratégia nacional que Arlete respeita totalmente.

Mulheres acompanhadas
O deputado distrital Guarda Janio (Pros) apresentou projeto de lei que assegura a todas as mulheres a possibilidade de serem acompanhadas por uma pessoa de sua escolha, durante consultas e exames médicos, nos hospitais públicos e privados do Distrito Federal. Segundo o distrital, a proposta tem como objetivo minimizar riscos de abusos praticados dentro dos estabelecimentos de saúde.

Entre Lula e Bolsonaro
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) discorda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no que se refere à disputa entre Lula e Bolsonaro. FHC diz que, se só sobrarem os dois, fica com o petista. Izalci afirma que não vota em Lula de jeito nenhum. Vai de Bolsonaro em um eventual segundo turno.

Exemplo
A Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), maior editora científica do mundo, publica neste mês um estudo coordenado pela presidente da Rede Sarah, Lúcia Willadino Braga. Trata-se do caso de um paciente que, após um derrame que afetou gravemente a fala e a função da linguagem, conseguiu recuperar a neuroplasticidade após intensa reabilitação.

Viaduto do Sudoeste em debate no Congresso
Por iniciativa da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (Ctasp) da Câmara dos Deputados debate amanhã os impactos da construção do viaduto do Sudoeste. Usuários do Parque da Cidade e moradores de quadras que serão impactadas pelo empreendimento reclamam da ausência de consulta pública. “Recebemos denúncias sobre os impactos urbanísticos, ambientais, sociais e econômicos da obra viária que já foi iniciada”, explica a parlamentar.