Operação Genebra faz busca na casa de ex-secretário-adjunto de Saúde, dirigente da Cruz Vermelha

Compartilhe

ANA MARIA CAMPOS

O Ministério Público do Distrito Federal e a Polícia Civil do DF deflagram nesta manhã (28/06) a segunda fase da Operação Genebra com foco na atuação do ex-secretário-adjunto de Gestão da Secretaria de Saúde Fernando Antunes na contratação da Cruz Vermelha para gerir duas UPAs em 2010. Com esse intuito, os investigadores realizam busca e apreensão, autorizada pela Justiça, na casa de Antunes, no Lago Norte.

O alvo dessa segunda fase inclui também a mulher de Antunes, Márgara Raquel Cunha. Ambos têm relação com a Cruz Vermelha. Fernando Antunes é o diretor financeiro da Cruz Vermelha Brasileira e Márgara foi presidente da entidade em Goiás. Os dois têm também história de militância no PPS. Antunes foi presidente regional. Márgara é integrante da executiva nacional do partido.

Segundo aponta o Ministério Público, a contratação da Cruz Vermelha ocorreu indevidamente sem licitação, com direcionamento e a organização social recebeu R$ 3,5 milhões por serviços que nunca realizou. Em ação de autoria da Procuradoria-geral do DF, protocolada em 2011, a Justiça já determinou que a Cruz Vermelha devolva os recursos em montantes atualizados.

Agora, a Operação Genebra apura supostos crimes de peculato, dispensa ilegal de licitação, uso de documento falso e lavagem de dinheiro praticados por agentes públicos. A investigação está a cargo da 4ª Promotoria de Jusrtiça de Defesa da Saúde, da 7ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público Social e da Delegacia de Combate aos Crimes contra o Patrimônio Público (DECAP).

Na primeira fase da operação, em depoimento à Decap, Fernando Antunes permaneceu calado. A ex-subsecretária de Saúde Dea Mara Torres disse que submeteu, em 2009, a Antunes o edital de chamamento público que levou à contratação da Cruz Vermelha com filial em Petrópolis como organização social para administrar as UPAs do Recanto das Emas e de São Sebastião.

Ao Correio, na primeira fase da Operação Genebra, a Cruz Vermelha afirmou que “Fernando Antunes deixou a Secretaria de Saúde em 2009 e o contrato do Governo do Distrito Federal com a Regional da Cruz Vermelha em Petrópolis deu-se em 2010. Ou seja, Fernando Antunes não assinou, como secretário-adjunto, nenhum documento de contratação da CV Petrópolis, pela impossibilidade temporal de fazê-lo”. Sobre Márgara, a informação é de que ela deixou a presidência da Cruz Vermelha de Goiás em 2013.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

Publicado por
Ana Maria Campos
Tags: Cruz Vermelha Fernando Antunes Márgara Cunha Operação Genebra

Posts recentes

  • Notícias

“Trump vem muito fortalecido e com um pouco de sede de vingança”, diz João Carlos Souto

Eixo Capital - À queima-roupa publicado em 19 de janeiro de 2025, por Ana Maria…

2 dias atrás
  • CB.Poder

Uma chapa feminina para o Executivo e Legislativo

Coluna Eixo Capital publicada em 19 de janeiro de 2025, por Ana Maria Campos  Um…

2 dias atrás
  • CB.Poder

Bia Kicis viaja para acompanhar posse de Trump

Coluna Eixo Capital publicada em 18 de janeiro de 2024, por Ana Maria Campos A…

3 dias atrás
  • CB.Poder
  • Eixo Capital
  • Notícias

Morre Edson Smaniotto, desembargador aposentado do TJDFT

ANA MARIA CAMPOS Morreu nesta manhã (17), o desembargador aposentado Edson Alfredo Martins Smaniotto, do…

4 dias atrás
  • CB.Poder
  • Eixo Capital
  • GDF

Tarifas de ônibus do DF serão congeladas até o fim de 2026

ANA MARIA CAMPOS O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, anunciou que não haverá…

1 semana atrás
  • Eixo Capital

“A recomposição salarial continua sendo a maior demanda”, diz presidente do Sindireta-DF

POR ANA MARIA CAMPOS — Confira entrevista com Ibrahim Yusef, presidente do Sindicato dos servidores públicos…

1 semana atrás