Operação da Polícia Civil apura tráfico de influência no governo do DF

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ANA MARIA CAMPOS

Policiais civis da Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária (CECOR) deflagraram nesta manhã (07/08) a Operação 12:26 que apura tráfico de influência e advocacia administrativa no coração do atual governo. Entre os alvos de 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4a Vara Criminal de Brasília, estão a Casa Civil, a Administração do Lago Norte e o escritório do Shopping Iguatemi em São Paulo.

Há suspeita de favorecimento a pagamento de dívidas pela Secretaria de Saúde ao Hospital Home, lobby para mudança de destinação da área de construção no Lago Norte e também de irregularidades em contratos da Casa Civil.

A investigação, a cargo da Divisão de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Dicap), ligada à CECOR, envolve o assessor especial da Casa Civil Marcello Nóbrega, que chegou a ser investigado na CPI da Saúde, da Câmara Legislativa, em 2015. Nóbrega foi subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde e hoje tem cargo na Casa Civil, por onde passam as principais informações sobre a gestão do DF.

Leonardo Rocha de Almeida Abreu, que é irmão do chefe de Gabinete da Casa Civil, Guilherme Rocha de Almeida Abreu, e o administrador do Lago Norte, Marcos Woortmann, também são alvo da Operação 12:26. Há também investigados ligados ao deputado Rodrigo Delmasso (PRB). É o caso de Luiz Fernando Messina, ex-assessor do distrital, e o funcionário do gabinete Hermano Gonçalves de Souza Carvalho, secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Agnelo Queiroz.

Os policiais vão cumprir ainda mandados na casa de Marcelo Carvalho de Oliveira, que teria participado de reuniões com integrantes do GDF para tratar de interesses do Iguatemi. Denunciado na Operação Caixa de Pandora, Carvalho foi o principal executivo do grupo Paulo Octávio, um dos donos do Shopping Iguatemi.

A investigação teve início como desdobramento do inquérito relacionado à concessão do transporte público coletivo do DF. Os policiais descobriram indícios de que Messina se relacionou com os demais envolvidos para buscar vantagens no GDF a negócios em detrimento do interesse público. A apuração é acompanhada pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

O nome da operação (12:26) é uma referência ao provérbio bíblico do Antigo Testamento que diz: “O homem honesto é cauteloso em suas amizades, mas o caminho dos ímpios o leva a perder-se”.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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