ANA MARIA CAMPOS
O ex-deputado Odilon Aires (PMDB) foi condenado a 9 anos e quatro meses de prisão em regime fechado por corrupção passiva em processo da Operação Caixa de Pandora. A sentença saiu hoje (05/05), no fim da tarde, no mesmo dia em que o juiz da 7ª Vara Criminal de Brasília, Paulo Afonso Carmona, condenou também o ex-governador José Roberto Arruda (PR) por falsificar recibos que justificariam o recebimento de propina de Durval Barbosa como doação para compra de panetones.
Na sentença, o juiz Paulo Carmona aponta que há provas de que Odilon recebeu, em 2006, dinheiro de Durval Barbosa, por meio de uma negociação em troca de apoio político a José Roberto Arruda e Paulo Octávio, então candidatos a governador e vice-governador. O ex-deputado poderá recorrer contra a sentença em liberdade.
Odilon Aires está entre os políticos que aparecem em vídeos gravados por Durval Barbosa e entregues ao Ministério Público na delação premiada da Operação Caixa de Pandora. Ele nega ter recebido recursos em troca de apoio aos candidatos.
Na sentença, o magistrado registrou: “As consequências do delito foram graves, porquanto o recebimento de vantagem indevida de recurso de origem espúria para a prestação de apoio político e promessa de apoio parlamentar a futuro governo é extremamente lesivo à dignidade do ofício legislativo e à respeitabilidade da Câmara Legislativa do Distrito Federal, além de revelar aliança profana, de gesto infiel e índigo de agentes políticos, ultrapassando, assim, a barreira do bem jurídico tutelado, ofendendo, por modo incomum, a essência do regime político-eleitoral brasileiro (a ideologia das urnas), o que permite a elevação da pena base nesta fase da dosagem da reprimenda penal”.