CB.Poder entrevista o deputado distrital Pepa (PP), presidente da Comissão de Produção Rural e Abastecimento da Câmara Legislativa
Por Ana Maria Campos
“Este (agronegócio) é um setor estratégico para o desenvolvimento socioeconômico do Distrito Federal, sendo responsável pela produção de alimentos, geração de empregos e transferência da economia local. No entanto, é necessário promover ações que fortaleçam o setor de forma sustentável, garantindo sua competitividade e preservando o meio ambiente”
A Comissão de Produção Rural e Abastecimento da Câmara Legislativa vai promover nesta quinta-feira uma comissão geral para tratar do plano estratégico da febre aftosa. Qual é o objetivo?
Sensibilizar toda a população do DF sobre o porquê da retirada da vacina, sobre os impactos dessa retirada para a pecuária do DF e Entorno, sobre quais são os próximos passos na busca pelo reconhecimento internacional de estar livre de aftosa sem vacinação, e quais os impactos que teremos com esse reconhecimento pela OMSA (Organização Mundial da Saúde Animal).
O Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA) tem como objetivo principal controlar e erradicar a doença no país. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou a Portaria nº 665, que reconhece nacionalmente como livre de febre aftosa sem vacinação os estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.
O DF tem um plano de contingência para a eventualidade de um surto de febre aftosa?
Sim. O Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA) foi elaborado para consolidar a condição sanitária conquistada no país e enfrentar os desafios da última etapa da erradicação da doença, avançando para a conquista do status de todo país livre de febre aftosa sem vacinação
O DF já exporta carne bovina?
Segundo informações da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, a maioria das propriedades com bovinocultura do DF são de pequeno porte, então a exportação ainda é algo a se conquistar, sendo esse o maior desafio e a razão pela qual criamos a Comissão de Produção Rural e Abastecimento da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Além do consumo interno, a capital se caracteriza pela produção de leite e aperfeiçoamento genético. É possível ampliar os negócios?
Apenas o aumento bruto da produção de leite não reflete só necessariamente em um aumento de acessibilidade à população. O crescimento produtivo deve ser acompanhado pelo aumento da renda dos consumidores, práticas sociais inclusivas e políticas econômicas que aumentem o poder de compra. Portanto, é importante considerar não apenas a produção, mas também fatores socioeconômicos para ampliar os negócios no setor de laticínios.
No que diz respeito ao aprimoramento genético, é fundamental avaliar cuidadosamente a situação de cada produtor. O objetivo é obter animais que proporcionem maiores lucros, como aqueles que apresentam características como produção de grande quantidade de leite por lactação, longevidade, resistência a doenças, entre outros. Portanto, com um planejamento adequado, considerando tanto a produção de leite quanto o aprimoramento genético, é possível, sim, ampliar os negócios no Distrito Federal nesses setores.
Que outras pautas da agricultura estão na ordem do dia?
Tramita, por exemplo, na Câmara Legislativa o PL 633 de 2023, de minha autoria que “estabelece diretrizes para promoção, fortalecimento e crescimento do agronegócio no âmbito do Distrito Federal, instituindo ações que fomentem a produção, distribuição, educação, cultura, tecnologia, empreendedorismo e sustentabilidade no setor”. A proposição visa fomentar o agronegócio em todas as suas ramificações.
Esse é um setor estratégico para o desenvolvimento socioeconômico do Distrito Federal, sendo responsável pela produção de alimentos, geração de empregos e transferência da economia local. No entanto, é necessário promover ações que fortaleçam o setor de forma sustentável, garantindo sua competitividade e preservando o meio ambiente. Nesse sentido, esse projeto de lei tem como objetivo estabelecer diretrizes que orientem as políticas públicas externas ao agronegócio, envolvendo seu crescimento e desenvolvimento de maneira equilibrada e sustentável.