Se vier à tona, uma nova gravação, ainda inédita, vai ampliar o distanciamento entre Rodrigo Rollemberg (PSB) e Renato Santana. A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, registrou em áudio um encontro que teve com o vice-governador no começo do ano, na casa dela, no Núcleo Bandeirante. O número dois do Palácio do Buriti critica os dois carros-chefe da gestão de Rollemberg: a adoção de organizações sociais na gestão da saúde e as parcerias público-privadas. Num dos trechos, o vice diz que decidiu devolver a responsabilidade pelas PPPs para o governo. Nos dois casos, levanta suspeitas de corrupção. “Ainda vai sair gente presa”, diz o vice. São quase três horas de diálogo.
Transferência de poder
Num dos trechos da conversa, Renato Santana conta para a sindicalista Marli Rodrigues que o seu partido, o PSD, decidiu “devolver” para o governo a condução dos projetos de parceria público-privada que ficavam a cargo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. O titular da pasta, Arthur Bernardes (foto), é indicado pelo grupo político do vice-governador e do deputado Rogério Rosso (PSD-DF). O motivo de desistir de uma área tão importante seria a discordância quanto à forma como o governo Rollemberg estaria tratando o processo. Em março, houve, de fato, a troca. A Secretaria de Fazenda assumiu essa função.
Métodos de espionagem
A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, usou um equipamento grudado no corpo para gravar o vice-governador Renato Santana. A gravação foi entregue ao Ministério Público de Contas e ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Sem comentários
Procurado pela coluna, o vice-governador Renato Santana não quis se manifestar especificamente sobre a gravação inédita feita pela sindicalista Marli Rodrigues. Em nota, ele disse que “está tranquilo de que não cometeu nenhuma ilicitude, segue reiterando o repúdio às gravações ilegais e está à disposição dos órgãos de controle para quaisquer esclarecimentos que julgarem necessários”.