O Ministério Público Federal denunciou o procurador da República Ângelo Goulart Villela e o advogado Willer Tomaz de Souza. Eles estão presos preventivamente desde 18 de maio, por determinação do ministro do STF Edson Fachin. A inicial foi elaborada pela Procuradoria Regional da República da 3ª Região, em São Paulo, e o processo vai tramitar no Tribunal Regional Federal (TRF3), na mesma cidade. O MPF em São Paulo pediu o envio dos autos à Procuradoria da República no Distrito Federal, para apuração dos fatos relacionados ao advogado Juliano Costa Couto, presidente da OAB-DF.
O procurador é acusado de corrupção passiva, violação de sigilo funcional qualificada e obstrução à investigação de organização criminosa. Segundo as investigações, ele teria sido cooptado pelo advogado Willer Tomaz, para atuar em defesa dos interesses da JBS. O objetivo do grupo, de acordo com a denúncia, era atrapalhar as investigações da Operação Greenfield. Os fatos vieram à tona graças à delação premiada do empresário Joesley Batista. Segundo o MPF, além das delações, “também foram feitas apurações por meio de ação controlada autorizada pelo ministro Edson Fachin”.
Joesley Batista e seu advogado Francisco de Assis e Silva, que também fez delação, deixaram de ser denunciados graças ao acordo firmado com o MP. A Procuradoria pediu ainda o envio da cópia integral dos autos à Presidência do Tribunal Regional Federal (TRF1) e à Procuradoria Regional da República na 1ª Região, “para que sejam adotadas as providências cabíveis em relação aos fatos relacionados ao juiz federal Ricardo Leite”. O magistrado é citado por Willer Tomaz, que mencionou em uma conversa ter muita proximidade com o juiz federal.