Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
Sérgio Moro deve anunciar em breve sua disposição de concorrer à Presidência da República. Se isso acontecer mesmo, qual será o palanque dele no DF? O governador Ibaneis Rocha (MDB) certamente não. Os dois já se estranhavam nos tempos em que Moro era o ministro da Justiça e Segurança Pública do presidente Jair Bolsonaro. Tampouco um nome de esquerda, principalmente os associados ao ex-presidente Lula, de quem Moro foi algoz na Lava-Jato. O caminho de Moro deve ser pelo Podemos, que tem como candidato ao governo do DF o senador José Antônio Reguffe.
Fundistas
É certo que um candidato à Presidência pode alavancar ou prejudicar um aliado na disputa regional. Lula e Bolsonaro têm rejeição alta. Moro conta com dificuldades para puxar votos de lulistas e bolsonaristas. Mas é um concorrente que pode crescer. Como um corredor de longas distâncias que começa lá atrás e vai ganhando posições.
Palanque múltiplo
Ibaneis Rocha poderá escolher o palanque nacional. Mesmo que o MDB lance candidato próprio — e o nome mais forte é o da senadora Simone Tebet (MS) — o governador do DF, na reeleição, pode também acenar tanto para Bolsonaro como para Lula. Vai depender do cenário. Os emedebistas certamente estarão divididos nos estados. Muitas campanhas no Nordeste serão vermelhas e outras mais ao sul, onde o eleitor é mais conservador ou ligado ao agronegócio, o candidato será Bolsonaro.
Lenda urbana
Muita gente ainda duvida, mas Reguffe será candidato ao GDF. No momento, ele está prestando contas de seu mandato, no modo antigo. Andando e distribuindo seu folheto com a lista dos compromissos cumpridos. No passado, quando ele entrou na política e panfletava de bar em bar, havia uma lenda urbana. Se o nome de Reguffe fosse citado várias vezes, do nada ele aparecia. Está quase assim agora.
Uma liminar impede o mandato
Há um ano, Luzia de Paula (PSB) aguarda um desfecho para o embate em torno da eleição de José Gomes, de quem é suplente, para vaga na Câmara Legislativa. O deputado teve o mandato cassado por unanimidade pelo TSE por abuso de poder econômico e permanece no mandato por força de uma liminar concedida pelo ministro Dias Toffoli, do STF. Enquanto não sai uma decisão, Gomes exerce o mandato tranquilamente e, neste mês, expulso do PSB, assumiu o comando regional do PTB.
Nos bastidores
O empresário e ex-deputado Luiz Pitiman está de volta à política. Mas nos bastidores. Trabalha para construir uma candidatura de oposição à de Ibaneis.