PAULO SILVA PINTO //
Será difícil superar as mágoas entre os hoje senadores Jorge Viana (PT-AC) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), a presidente do partido. Ela não estará no Senado no próximo ano, pois decidiu se candidatar a uma vaga na Câmara. Ele tampouco estará, provavalemente, só que por outro motivo. Tenta a reeleição, mas está em terceiro nas pesquisas — são duas vagas.
O problema, na visão dele, é a postura de Gleisi, vetando alianças com partidos que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Isso dificultou, na politica acriana, a vida de Viana, que tem, entre suas qualidades, a facilidade de trânsito entre várias legendas. Aliás, ele foi eleito governador do estado em 1998 em uma aliança que incluía até mesmo o PSDB.
Há alguns meses, em uma reunião no Senado, o clima esquentou. Diante da inflexibilidade da senadora, Viana esmurrou a mesa, ficou em pé e gritou: “Gleisi, você precisa parar com esse negócio de golpismo. Isso não vai nos levar a lugar nenhum!” Foi embora sem ouvir a resposta dela.
Não é à toa que ele está irritado. Além do grande risco de ficar sem mandato, o candidato do partido ao governo, Marcus Alexandre, dificilmente vai vencer. Se for assim, isso vai encerrar duas décadas de hegemonia do PT no estado do líder seringueiro Chico Mendes.
Há, porém, uma fatura também a ser paga pelo partido no âmbito nacional. Jair Bolsonaro (PSL) está com 53% das intenções de voto para presidente de acordo com a mais recente pesquisa do Ibope. É mais que sete vezes o desempenho do petista Fernando Haddad, que está com 7%. Ele vem depois de Marina Silva (Rede) e de Ciro Gomes (PDT).
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