Ana Viriato
Bruno Lima
O novo adiamento do projeto que altera pontos da Lei do Silêncio, nesta terça-feira (20/03), desagradou representantes de associações e músicos que acompanhavam o debate. Em meio ao clima tenso, após a sessão, encerrada por falta de quórum, o distrital Bispo Renato Andrade (PR) bateu boca com manifestantes favoráveis à flexibilização das regras para emissão de sons e ruídos no Distrito Federal.
O parlamentar chegou ao plenário ao fim da sessão, que durou 1h30, e foi confrontado. Insatisfeito com a cobrança, se aproximou do maestro Rênio Quintas. Aos gritos e com o dedo em riste, exigiu respeito. “Você não entra mais aqui”, ameaçou. Ao CB.Poder, o músico criticou o posicionamento do parlamentar. “Cobrei dele porque, quando foi feito a nominata, o deputado não estava presente. Assim que encerraram a sessão, ele apareceu no plenário”, explicou.
De acordo com a assessoria de imprensa de Bispo Renato, a confusão “se deu pela falta de respeito e pelas palavras de ofensa proferidas pelo maestro ao parlamentar”. “Na Câmara Legislativa, o distrital é conhecido como um parlamentar de boa tratativa com todos, aberto ao diálogo e de boa conduta. A diversidade de opiniões é sempre bem-vinda dentro do poder legislativo, desde que acompanhada de respeito e gentileza”, pontua a nota.
Falta de quórum
Em plena terça-feira, apenas 11, dos 24 distritais, compareceram à sessão. A ausência dos parlamentares causou estranheza, uma vez que a discussão sobre a Lei do Silêncio estava agendada há duas semanas e foi confirmada durante a reunião de líderes desta segunda-feira (19). Para que a votação aconteça, são necessários pelo menos 13 deputados em plenário. Confira a justificativa dos ausentes:
Agaciel Maia (PR) – “Eu estava discutindo o impacto financeiro de um projeto relativo à concessão de gratificação aos matadores de mosquitos da dengue, na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão. Foi um compromisso feito há muito tempo”;
Bispo Renato Andrade (PR) – “Como a votação ainda não havia começado, o deputado se ausentou do plenário por alguns minutos para fazer um atendimento no gabinete. A verificação de quórum aconteceu enquanto Bispo Renato já estava dentro do elevador, voltando para o plenário. O parlamentar correu, mas a sessão foi rapidamente encerrada com 11 distritais presentes, o que significa que mesmo com a presença de Bispo Renato, não haveria quórum suficiente para a votação”, diz nota enviada pela assessoria;
Celina Leão (PPS) – “Avisei ontem, na reunião de líderes, que não poderia comparecer se a votação fosse hoje. Nós, da Procuradoria da Mulher, estamos realizando vários eventos e debates nesta semana”;
Cristiano Araújo (PSD) – “O deputado estava numa reunião da base, que começou por volta das 14h. Ele chegava ao plenário quando a sessão foi encerrada”, garantiu o assessor de imprensa;
Israel Batista (PV) – “ Ele estava em reunião com a equipe, no gabinete, e ia descer para votar. Mas a sessão acabou antes”, justificou a assessora de imprensa;
Juarezão (PSB) – “Ele estava na sala de reuniões ao lado do plenário. O deputado acrescenta que alguns colegas afirmaram que vão sugerir emendas aditivas e ele pretende analisá-las com calma”, destacou a assessora de imprensa;
Julio Cesar (PRB) – “Cheguei à Câmara Legislativa às 9h e saí da Casa apenas às 18h. Estou pronto para votar a qualquer momento e não fujo do debate. Tive de realizar alguns atendimentos no gabinete e estava a caminho do plenário quando Joe Valle encerrou a sessão rapidamente”;
Liliane Roriz (PTB) – Atestado médico como acompanhante do pai. O ex-governador Joaquim Roriz está internado desde o início da manhã desta terça-feira;
Lira (PHS) – “Ele estava numa reunião e se atrasou”, contou a assessora de imprensa;
Sandra Faraj (sem partido) – Não retornou as ligações da reportagem;
Raimundo Ribeiro (PPS) – “Ele compareceu ao plenário, mas foi chamado para uma reunião com urgência. Quando retornou, a sessão havia acabado. O deputado recebeu as associações para falar sobre o tema”, apontou a assessora de imprensa;
Robério Negreiros (PSDB) – Atestado médico;
Rodrigo Delmasso (Podemos) – Não retornou as ligações da reportagem.