Da coluna Eixo Capital/Ana Maria Campos
O governador Ibaneis Rocha (MDB) demonstra grande preocupação com o futuro da gestão das áreas prioritárias do Distrito Federal caso o Congresso aprove alterações no cálculo do Fundo Constitucional do DF, como consta do texto apresentado pelo deputado Cláudio Cajado (PP-BA), relator do arcabouço fiscal proposto pela equipe econômica do governo Lula.
Ibaneis diz que essas mudanças podem afetar a recomposição salarial das forças de segurança, contratação de servidores nessas áreas e também fecha as portas para eventuais negociações com professores que estão em greve. “Nós temos uma preocupação muito grande com essa questão do Fundo Constitucional. Nós estamos numa fase de recomposição (dos salários) das forças de segurança, que são importantes para garantir a segurança desses parlamentares, do Poder Judiciário, de todas as embaixadas”, afirma Ibaneis.
Paralisação
Segundo o governador Ibaneis Rocha, as negociações para reajuste das forças de segurança poderão ser afetadas. ”Nós conseguimos avançar na contratação de policiais militares. Agora tudo isso será paralisado se for votado como está no arcabouço fiscal. É que nós não teremos mais o crescimento, o recálculo do Fundo Constitucional como deve ser feito e vamos ter que paralisar isso tudo, além do que nós teremos um problema muito sério no que diz respeito à remuneração dos profissionais”, afirmou na última sexta-feira (19).
Pires na mão
Ibaneis disse ainda que o DF não sobrevive sem o Fundo Constitucional. “Vamos trabalhar forte para que o Congresso se sensibilize e fique bem claro que o Distrito Federal não sobrevive sem esse Fundo Constitucional a não ser voltar ao que era no passado, a gente voltar com o pires na mão e ficar pedindo todos os anos suplementação do governo federal que é uma situação muito ruim, desnecessária diante da instituição do Fundo Constitucional que veio exatamente para reparar esse problema que nós temos desde a fundação da nossa cidade.”
Concursos
Outro problema será a suspensão de contratações e concursos públicos: “Além de ter problema em relação aos pagamentos que existem porque temos um crescimento vegetativo das folhas de pagamento, nós vamos ter um problema muito sério no que diz respeito a novas contratações. Isso vai afetar diretamente na qualidade dos serviços prestados na nossa cidade”, disse Ibaneis Rocha.
Sem chances para professores
Se já estavam difíceis as negociações com professores, a mudança no cálculo dos repasses do Fundo Constitucional complica ainda mais as chances de uma proposta do GDF para a categoria. “Toda essa discussão sobre a greve dos professores, por exemplo, vai ficar cada vez mais difícil, para se tratar do reequilíbrio e da melhoria salarial dessas categorias porque o Fundo Constitucional é que garante esses trabalhos que estamos fazendo”, apontou Ibaneis.
Apelo
O deputado distrital Chico Vigilante (PT) fez, em postagens nas redes sociais, um apelo pela união dos políticos de Brasília em torno da defesa do Fundo Constitucional do DF: “Eleição já passou! Precisamos nos unir em defesa do Distrito Federal. Não importa a qual partido pertence cada parlamentar. Brasília não sobrevive sem o Fundo Constitucional. Vamos quebrar se essa maldade for consolidada e o DF vai pagar o preço. Não podemos aceitar!”.