ANA MARIA CAMPOS
O governador Ibaneis Rocha (MDB) começou o dia hoje (10/03) já com notícias preocupantes. Ao Correio, disse que a situação estava terrível e que as pessoas não estão respeitando o distanciamento social. A disponibilidade dos leitos de UTI atingiu a ocupação total: 100%.
Pelo Twitter, Ibaneis fez uma espécie de desabafo. Ele está de luto por uma perda pessoal. Morreu ontem (09/03) de covid-19 o pai de um sócio do escritório de advocacia — do qual está licenciado.
O governador disse que o índice de transmissibilidade chegou a “níveis alarmantes”. Cada 100 contaminados está contaminando outras 135 pessoas. E o isolamento ainda é baixo, mesmo com lockdown.
Foram descobertas três outras cepas do novo coronavírus que são transmitidas com muito mais facilidade e causam internações mais longas e complexas. Problema é que os hospitais estão sobrecarregados. “Não há leitos disponíveis nem na rede pública, nem na privada”, ressaltou.
Ibaneis afirma que vai abrir três novos hospitais de campanha e contratou 74 leitos na rede privada. E ainda estuda abrir leitos em quartos de hotel. Essa é uma alternativa para um futuro que se espera não ocorra. Seriam leitos para manter pessoas que tiveram alta da UTI, mas ainda precisam ficar isoladas.
Outra medida fundamental é a imunização. Segundo Ibaneis, pelo cronograma do Ministério da Saúde, mais 70 milhões de doses serão entregues até abril. “Se isso for feito, no DF temos condições de vacinar o público com 70 anos até lá e logo abrir para categorias que estão em maior vulnerabilidade, como professores, e pessoas com 60 anos”, assegurou.
Ele disse ter esperança de, em seguida, abrir a imunização para o público em geral. “Eu trabalho com política de resultados, não gosto dessa história de jogar para a plateia. Eu vejo muitos governadores falando em comprar vacinas, mas não conheço ninguém que tenha viabilizado isso”.
Veja o que Ibaneis postou no Twitter:
Índice de transmissibilidade nas alturas
“O índice de transmissibilidade chegou a índices alarmantes. A cada 100 contaminados, eles contaminam outros 135. O isolamento subiu pouco, apenas 5% mesmo com o lockdown. Então, infelizmente, se não tivermos a colaboração da população teremos uma situação muito ruim”.
Hospitais de campanha
“Nós estamos trabalhando muito, não podem dizer que nos omitimos. Vamos abrir 3 novos Hospitais de Campanha. Contratamos 74 leitos na rede privada que também está sobrecarregada. Isso alertamos muito, não há leitos disponíveis nem na rede pública e nem na privada.
Leitos em quartos de hotéis
“Também avaliamos a possibilidade de abrir leitos em quartos de hotéis. Ao contrário do que dizem, nós não perdemos um só leito de UTI que foi criado pra Covid em 2020, não tivemos leitos ‘fechados’. Todos eles foram incorporados na rede pública”.
Toque de recolher
”O toque de recolher tem sido efetivo. A força-tarefa de fiscalização tem alcançado um bom resultado e temos que aguardar os impactos disso. Nossa preocupação é a movimentação durante o dia, mesmo com o comércio fechado só conseguimos aumentar em 5% os níveis de isolamento”.
Vacinação de idosos e professores
“O cronograma apresentado pelo Ministério da Saúde promete a entrega de 70 milhões de doses até abril. Se isso for feito, no DF temos condições de vacinar o público com 70 anos até lá e logo abrir para categorias que estão em maior vulnerabilidade, como professores, e pessoas com 60 anos”.
Vacinação em massa
“Depois disso, tenho esperança de abrirmos a vacinação em massa em seguida. Eu trabalho com política de resultados, não gosto dessa história de jogar para a plateia. Eu vejo muitos governadores falando em comprar vacinas, mas não conheço ninguém que tenha viabilizado isso. Todas as vacinas distribuídas até aqui vieram do Governo Federal. Todos nós queremos vacinação em massa, para todos, temos SIM que agilizar a vacinação, mas dentro da realidade que está dada”.
Novas cepas
“Já foram identificadas quatro novas cepas da doença circulando no DF. São cepas com um índice de transmissão maior e também geram uma internação e uma recuperação mais demoradas. Nós precisamos contar com o público jovem no combate a esse vírus porque se continuarem desrespeitando o isolamento, a situação vai ficar mais e mais grave”.
Luto
“A culpa do que está acontecendo no comércio é daqueles que se aglomeram, tratam de forma irresponsável. Hoje mesmo um sócio do meu escritório – que estou licenciado – perdeu o pai por uma complicação após Covid. Estamos em luto! A doença está muito próxima de todos nós”