GDF e Sindicato dos Professores avançam nas negociações

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Por Camila Costa e Guilherme Pera

Após duas horas e meia de reunião no Palácio do Buriti, o GDF caminha para um entendimento com o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF). A greve poderá ter fim após o Executivo se comprometer a tentar reverter a questão da multa diária de R$ 400 mil aplicada à entidade durante a paralisação e os professores repuserem o calendário para compensar os dias de corte de ponto e, assim, não perderem salário.Durante a reunião a portas fechadas, um dos principais encaminhamentos foi referente a multa. Uma comissão será criada assim que a categoria voltar ao trabalho, com entidades da sociedade civil, para desmontar a tese de que a dívida com a justiça não pode ser revertida. Além disso, a data do início do pagamento do retroativo, prevista para 2017, poderá ser flexibilizada, para antes ou depois deste prazo. Um documento será formulado para discussão na assembleia dos docentes nesta quinta-feira (12), às 9h, na Praça do Buriti.

Para chegar ao entendimento, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) recorreu a uma força tarefa com integrantes da sociedade civil. A “parceria” envolveu, além do governo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Universidade de Brasília (UnB), cinco deputados distritais e a federal Érika Kokay (PT-DF). A Comissão de Justiça e Paz da CNBB e o presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, vão à Justiça para tentar reverter a multa ao Sinpro, que já está na casa dos R$ 10 milhões.

A harmonia entre o governo e os grevistas acontece 28 dias após o início da paralisação. Nesse período, o DF viveu em uma zona de turbulência: alunos sem aula, pauta obstruída na Câmara Legislativa e até uma queda no primeiro escalão. O até então secretário da Segurança Pública e da Paz Social, Arthur Trindade, pediu exoneração após ação da Polícia Militar que resultou na prisão de alguns professores há duas semanas. Nesta quarta, que tem tudo para ter sido o derradeiro dia de paralisação, mais tumulto. Os docentes tentaram invadir o Palácio do Buriti, quebraram vidraças e acamparam na Câmara Legislativa, onde fizeram greve de fome.