ALEXANDRE DE PAULA
Em busca de soluções para a segurança pública, o governador eleito do DF, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que oferecerá 30% de gratificação para que policiais civis inativos retornem ao trabalho, além de conceder gratificação para que oficiais trabalhem em dias de folga. A medida, segundo o emedebista, seria uma forma de aumentar o efetivo, reabrir delegaciais e ampliar ainda o número de policiais na rua.
“É a maneira mais barata. Temos vários policiais jovens na inativa que querem voltar ao trabalho e têm experiência para ajudar”, disse. “De maneira imediata, estamos elaborando um plano emergencial para a segurança pública que inclui, por exemplo, essa proposta”, completou. Ibaneis quer oferecer também a gratificação para policiais militares, mas os valores e o modelo ainda não está definido.
As declarações foram feitas em entrevista coletiva no Fórum de Governadores Eleitos, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (12/12). Participaram do evento, organizado por Ibaneis, João Dória (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ), 23 governadores eleitos, além do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, e dos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli; e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha. O vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, também passou pelo evento.
O encontro discutiu principalmente o tema da segurança pública, área sensível para a maioria dos estados brasileiros. Ibaneis defendeu a necessidade de mais investimentos do governo federal para área. “Precisamos de um plano de investimento do governo federal para conseguir resolver essa questão. O crime rompeu todas as fronteiras. O DF vem sofrendo com isso, com o avanço do crime organizado. Quando você traz presos federais, traz as famílias, o comando das organizações. Precismos ter medidas que interrompam esse acesso aos criminosos para quebrar esse vínculo.”
Ibaneis pediu ao futuro ministro Sérgio Moro que os estados sejam ouvidos antes que medidas que o Governo Federal pretende tomar sejam efetivadas. “É muito importante entendermos que segurança pública é um conjunto. Não adianta ter fórmulas prontas sem ouvir estados. Somos nós que estamos vendo a situação e que podemos conversar com as bancadas que vão aprovar esses projetos.”
O futuro chefe do Palácio do Buriti falou também sobre a importância da ressocialização dos presos e disse ser contra a redução da maioridade penal. “Precisamos entender que os presos um dia vão voltar para a sociedade e não vejo redução da maioridade como solução, muito mais efetivos fazer investimentos diretos para se ter tecnologia.”