Secretário Extraordinário da Copa (Secopa) na gestão do ex-governador Agnelo Queiroz (PT), Francisco Cláudio Monteiro está na mira da equipe da Operação Panatenaico. A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça autorizou o envio à Polícia Federal das informações reunidas contra ele sobre o superfaturamento do Estádio Nacional Mané Garrincha para a instauração de novo inquérito e aprofundamento das investigações. Entre as medidas a serem adotadas, o órgão ministerial indicou o colhimento de outro depoimento do ex-executivo da Andrade Gutierrez Carlos José de Souza, o qual apontou, em delação premiada, que Monteiro recebeu R$ 250 mil em propina.
Na cota, o MPF alegou que, apesar de Carlos José narrar o pagamento, a pedido de Agnelo, de cinco parcelas de R$ 50 mil a Cláudio Monteiro e de o relato ser coerente com o formato de atuação da organização criminosa, não houve a apresentação de documentos ou informações que possam materializar as ações descritas. Assim, “se mostra relevante ouvi-lo novamente, entre outras diligências úteis ao deslinde do caso”.
O ex-secretário Extraordinário da Copa não consta entre os indiciados pela Polícia Federal em 2017 ou os denunciados pelo MPF no último mês. Entretanto, permaneceu preso por nove dias em maio do ano passado, à época da deflagração da Panatenaico.
De acordo com o termo de colaboração de Carlos José, descrito no relatório final da PF, os repasses iniciaram em 2012, quando, devido à Operação Monte Carlos, o então chefe de gabinete de Agnelo, Claudio Monteiro, se afastou do cargo e enfrentou “problemas financeiros”. O primeiro pagamento teria ocorrido no balão do periquito, no Gama. Os demais, no estacionamento em frente ao Living Park Sul e no estádio, após ele retornar ao alto escalão do GDF.
O aval da juíza Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal, à remessa dos materiais à PF e à produção de provas testemunhais consta na decisão que tornou réus, ao fim de março, o ex-governador José Roberto Arruda (PR), o presidente da Via Engenharia, Fernando Queiroz, e os supostos operadores de propina Sérgio Lúcio e José Wellington.
Ao Correio, Marcelo Diniz, advogado de Claudio Monteiro, afirmou que não há provas contra o cliente que embasem novas investigações. “A própria Polícia Federal, no âmbito do indiciamento, transpareceu que esgotou a minuciosa apuração e não colher provas contra ele. Está claro que Cláudio é inocente e nunca recebeu propina”, argumentou.
Daniel Gerber, defensor de Agnelo Queiroz, disse que “em respeito ao Poder Judiciário, e não obstante à inocência do ex-governador, se pronuncia apenas nos autos”.
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