Distritais cobram eleições para comando das comissões

Publicado em CB.Poder

Ana Viriato

O embate entre os deputados distritais pela presidência das 10 comissões permanentes da Câmara Legislativa está prestes a ficar ainda mais acirrado. Em uma reunião, no Palácio do Buriti, às 14h30 desta quarta-feira (8/2), os 13 integrantes do bloco União por Brasília, apoiado pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), reafirmaram a aliança pela presidência e vice-presidência dos colegiados. No encontro, os parlamentares decidiram trancar a pauta da Casa até que o presidente da Mesa Diretora, Joe Valle (PDT), publique as formações dos blocos e convoque o pleito, adiado ontem por tempo indeterminado.

 

A reprovação ocorre porque, apesar do encaminhamento de memorandos com a solicitação de registro do União por Brasília desde 2 de fevereiro, Valle ainda não ordenou a publicação das informações no Diário da Câmara Legislativa. Hoje, o bloco enviou um novo requerimento à presidência, assinado pelos líderes, pedindo urgência na oficialização dos grupos.

 

Ao CB.Poder, Joe alegou que aguarda a formação de todos os blocos para realizar o registro e justificou que “regimentalmente, após a leitura em plenário, não há um prazo para a publicação”. E acrescentou: “um sopro de esperança pelo acordo é melhor do que nenhum consenso”, referindo-se a um entendimento entre os prováveis blocos parlamentares. O cenário, porém, é descartado pela maioria dos distritais e a delonga, criticada nos corredores da Casa.

 

Negociações das comissões

A configuração das comissões permanentes depende da definição da estratégia de sete parlamentares da oposição — Cristiano Araújo (PSD), Liliane Roriz (PTB), Rafael Prudente (PMDB), Raimundo Ribeiro (PPS), Wellington Luiz (PMDB), Celina Leão (PPS) e Robério Negreiros (PSDB). A expectativa é de que eles integrem um bloco único. Se o grupo optasse por se dividir, uma das partes teria apenas três integrantes. Esses, portanto, não manteriam o direito de indicar componentes para as cadeiras dos colegiados.

 

Mesmo que permaneça unido, o grupo, segundo as regras de proporcionalidade, teria apenas um assento nas comissões e, dificilmente, elegeria o líder de algum colegiado. Por isso, a insistência em acordos. Em busca da equidade, Joe Valle estaria cogitando, inclusive, pedir ao correligionário Reginaldo Veras que desistisse da candidatura à presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para concedê-la a Rafael Prudente (PMDB). A possibilidade inflamou a resistência do União por Brasília, que havia estabelecido o compromisso de apoiar a liderança de Veras, integrante do bloco Sustentabilidade e Trabalho.