A prisão preventiva do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) nesta manhã (25) ocorreu porque o líder do governo no Senado tentou se blindar na delação premiada de Nestor Cerveró.
A Procuradoria-geral da República recebeu, por meio de uma advogada de Nelson Cerveró, uma gravação em que Delcídio oferece dinheiro para a família do ex-diretor da Petrobras, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato.
Na conversa, Delcídio fala de uma rota de fuga de Cerveró para A Espanha, via Paraguai, num voo sem escalas.
Com a prisão decretada também, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, é acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de servir como um intermediário dos interesses de Delcídio e do banqueiro André Esteves na defesa do ex-diretor da Petrobras.
A participação do advogado seria para blindar Delcídio e Esteves, dono do banco BTG Pactual, na delação premiada de Cerveró.
Um dos homens mais ricos do país, dono de uma fortuna avaliada em U$S 9 bilhões, Esteves ajudaria com recursos a família de Cerveró.
Ao pedir a prisão preventiva de Delcídio, Janot se baseou no artigo 53 da Constituição, numa interpretação de necessidade de resguardar ordem pública e pela gravidade em concreto dos fatos.
É a primeira vez que um senador, no exercício do mandato, tem a prisão preventiva decretada por ordem judicial.