Ibaneis Estádio Mané Garrincha
Mané Garrincha Ibaneis Crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press Mané Garrincha Ibaneis

Delações da Andrade Gutierrez citam Agnelo, Arruda, Filippelli e complicam Rosso

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O Supremo Tribunal Federal tirou o sigilo de delações da Andrade Gutierrez na tarde desta terça-feira (30/05). Os termos de depoimentos trazem citações a políticos do Distrito Federal, como os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR), além do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) e do deputado federal Rogério Rosso (PSD). As delações embasaram a Operação Panatenaico, deflagrada na última terça-feira.

 

O delator Rodrigo Ferreira Lopes da Silva contou ter recebido uma cobrança de R$ 500 mil de Arruda em 2006, em troca de obras que seriam realizadas em seu mandato. Em outro depoimento, Rodrigo Ferreira detalhou supostas irregularidades na obra do BRT Gama. Segundo a decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato, o delator citou “o direcionamento da licitação ao Consórcio Andrade Gutierrez/OAS/Via; a solicitação de propina às empresas cartelizadas por parte de Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli, na forma de doações oficiais de R$ 500 mil por empresa, no primeiro e segundo turnos das eleições; e o pagamento de propina na ordem de 2% sobre o valor da obra a ser executada, tanto para o PT como para o PMDB”.

 

Sobre a obra do Estádio Nacional Mané Garrincha, o delator diz que a parceria da Andrade Gutierrez com a Via Engenharia “teria sido firmada por indicação de José Roberto Arruda, direcionando-se o certame licitatório ao aludido consórcio. Em contrapartida, o então governador solicitou o percentual de 5% do valor do contrato a título de propina, a qual não foi paga em razão da prisão e subsequente cassação do seu mandato”.

 

Rodrigo Ferreira delatou ainda a suposta solicitação de R$ 500 mil por parte de André Luís Carvalho da Motta e Silva, indicado como interlocutor pelo deputado federal Rogério Rosso em 2010, quando foi governador do Distrito Federal. “Durante a execução da referida obra, foram feitas solicitações de propinas por parte de Tadeu Filippelli e Agnelo Queiroz na ordem de 1% e de 2% a 3%, respectivamente”. O delator apontou ainda o pagamento de R$ 2 milhões a Arruda em 2013, para o pagamento de advogados contratados para defendê-lo em vários processos.