Fábio Augusto Vieira Paulo H. Carvalho/Agencia Brasília

Com voto de Zanin, coronéis da PMDF estão condenados a 16 anos de prisão pelo 8 de Janeiro

Publicado em CB.Poder

ANA MARIA CAMPOS

Chegou ao fim qualquer fresta de esperança dos coronéis da cúpula da Polícia Militar do DF que sabiam ser quase impossível, mas sonhavam com a absolvição na denúncia protocolada pela Procuradoria-Geral da República por omissão dolosa no policiamento na Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro de 2023.

 

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou seu voto no julgamento em plenário virtual da Primeira Turma e seguiu as posições defendidas pelo relator, Alexandre de Moraes, e pelo ministro Flavio Dino.

 

Os três ministros formaram maioria para condenar cinco dos sete réus à pena de 16 anos de prisão, sendo 13 anos e seis meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, e dois anos e seis meses de detenção, além de 100 dias-multa — cada dia multa equivale a um terço do salário-mínimo vigente à época.

 

Além da prisão, eles deverão pagar uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões, para compartilhar, ou seja R$ 6 milhões para cada coronel. A pena inclui ainda a perda de cargos públicos dos cinco militares.

 

Falta apenas o voto da ministra Cármen Lúcia, que não tem condições objetivas de mudar o resultado final, que estão computados três votos pela condenação, a não ser que a manifestação da magistrada influencie o entendimento dos colegas.


Mas, na Primeira Turma, os ministros têm votado em sintonia — com exceção de Luiz Fux que pediu para migrar para a Segunda Turma.

 

A decisão atinge os coronéis Fábio Augusto Vieira (comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal à época dos fatos) — na foto Klepter Rosa Gonçalves (subcomandante-geral); Jorge Eduardo Barreto Naime, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra e Marcelo Casimiro Vasconcelos.

 

As defesas alegam que os militares são inocentes. Perderam o controle no caos porque não acreditaram na força do vandalismo e da multidão bolsonarista.