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Com poesia, promotor pede arquivamento de inquérito e compara com trama golpista

Publicado em CB.Poder

ANA MARIA CAMPOS/EIXO CAPITAL

Ao analisar um caso de furto tentado, em que um cidadão levou uma peça de carne e um pedaço de queijo para alimentar a família, o promotor de Justiça Valmir Soares Santos fez um paralelo com a situação dos envolvidos nos atos golpistas que podem ter os crimes perdoados por uma anistia.

 

O representante do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu o arquivamento pela insignificância do delito, uma vez que nem houve prejuízo, já que os produtos furtados foram apreendidos por um segurança. Ele tratou a questão em forma de poesia:

“Como devo o caso encerrar ?

Hoje, para o Brasil resolvi espiar

E vi o que muitos andam a questionar:

  •   Afinal, o golpe de estado foi tentado?
  •   Se tentado, alguém pode ser condenado?

Vamos deixar o STF julgar

E aqui: – O furto dos alimentos foi tentado?

A materialidade foi confirmada

A autoria foi confessada

E a subtração pelo segurança foi evitada

Sim. O furto tentado está caracterizado

No Brasil, em alguns crimes, querem um CPF cancelar

Mas, em outros crimes, desejam a todos anistiar

Ficando, os milhões em prejuízos para o povo pagar

Pois, mais de 300 pretendem a tudo e a todos perdoar

E, uma anistia ampla, geral e irrestrita deverão votar

A futura anistia este furto não irá alcançar

Então, com muito cuidado devemos questionar:

– Nesse caso, como a Justiça deve atuar ?

Afinal, um homem a fome queria saciar

O promotor conclui:

“Ante o exposto, eminente Juiz das Garantias

Enquanto esperamos o STF o golpe julgar

Cada um torcendo para um lado ganhar

E, quem perder, a anistia poder votar

Aqui, peço para o artigo 395, inciso III, do CPP aplicar

E o Inquérito Policial, em paz, arquivar”.