Crédito: Sebastião Pedra/Esp. CB. Brasil. Crédito: Sebastião Pedra/Esp. CB. Brasil. Crédito: Sebastião Pedra/Esp. CB. Brasil.

Com histórico polêmico, irmão de Eliana Pedrosa encabeça negociação com PDT

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Atuante nos bastidores da política local, Eduardo Pedrosa conduz as articulações em torno da candidatura da irmã, Eliana Pedrosa (Pros), ao Palácio do Buriti. Há dias, o empresário concentra esforços para garantir a união do PDT à coligação da ex-distrital, formada, ainda, por PTB, PMN, PMB, PTC, PHS e Patriota, com a bênção do clã Roriz. Caso confirmada, a aliança deve garantir ao ex-presidente da Câmara Legislativa Fábio Barcellos espaço na chapa para disputar o Senado.

 

A relação entre Barcellos e Eduardo é antiga. Ex-presidente regional do PL, o irmão de Eliana participou de negociações importantes na Câmara Legislativa e foi um dos responsáveis, em 2004, pela eleição do então deputado (ex-PFL, hoje PDT) ao comando da Casa, a contragosto do governador à época, Joaquim Roriz. Durante as negociações, Eduardo cuidava pessoalmente de evitar que os distritais conversassem com Roriz. Ele entregou um celular para cada parlamentar que se dispôs a votar em Barcellos contra o nome da preferência do então chefe do Buriti, Pedro Passos (MDB). Todos os deputados permaneceram isolados numa casa para evitar pressões até o momento da votação.

 

Nos bastidores, Barcellos é um dos mais incisivos defensores de um acordo com a chapa de Eliana. A opção ganhou força após o PSB decidir não apoiar formalmente nenhum candidato à presidência da República, isolando Ciro Gomes (PDT). A condição reduziu as chances de uma coligação entre pedetistas e o grupo político do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

 

Mas nem todos os integrantes do PDT-DF concordam com a coalizão com o Pros. O distrital Reginaldo Veras, candidato à reeleição, integra o time dos críticos. Em discurso na convenção da legenda, neste sábado (04), disse, sem citar nomes, que o partido precisa ficar longe de nomes que possam manchar a trajetória construída ao longo dos anos. 

 

O PDT deve oficializar sua postura para o pleito de outubro, com a indicação da coligação, na noite deste domingo. O presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, vem a Brasília para tratar do assunto.

 

Histórico conturbado

 

Além de investidas nos bastidores da política, Eduardo Pedrosa coleciona episódios conturbados. Em maio de 2004, chegou a ficar detido provisoriamente na Operação Vampiro, a qual desmantelou uma quadrilha que manipulava compras de medicamentos, em sua maioria na área de hemoderivados, em troca de propina no Ministério da Saúde. As investigações começaram em março de 2003. Mais de R$ 2,3 bilhões teriam sido desviados nos 14 anos de duração do esquema. Ele nega participação nos crimes.

 

O empresário também foi preso em 2015 por não pagar pensão alimentícia. Eduardo ficou na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), mas saiu da cadeia no mesmo dia.

 

Eduardo também transitou no meio futebolístico. Entre 2004 e 2005, ocupou a presidência do Paranoá Esporte Clube. Em 2012, o empresário participou da disputa pelo comando da Federação Brasiliense de Futebol, mas, apesar de um imbróglio judicial, não ficou com o posto.