Ana Viriato
O mandato de Liliane Roriz (PTB) está resguardado. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa determinou, por 3 votos a 1, na tarde desta quarta-feira (19/10), o arquivamento do pedido de cassação da parlamentar, protocolado pela ONG Adote um Distrital, do Instituto de Fiscalização e Controle (IFC).
A sessão começou por volta das 14h40. Raimundo Ribeiro (PPS), suplente de Agaciel Maia (PR); Wellington Luiz (PMDB) e Telma Rufino (sem partido) apresentaram pareceres desfavoráveis à continuação das investigações no Legislativo local. “A representação é embasada por processos aos quais Liliane responde na Justiça. Assim, teríamos que aguardar o trânsito em julgado de cada um desses. Não podemos levantar suspeitas sobre alguém com base, apenas, em acusações do Ministério Público do DF e Territórios”, afirmou Ribeiro.
A caçula de Roriz se livrou da condenação em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), também na tarde desta quarta-feira. Liliane e parentes foram denunciados pela suposta participação em um esquema de facilitação de empréstimos bancários a empresários do setor imobiliário em troca de 12 apartamentos em Águas Claras. Ela ainda responde a uma ação penal no Judiciário, pelas mesmas acusações.
O presidente da Comissão, Ricardo Vale (PT), porém, votou de forma favorável à instauração do processo. “A população do Distrito Federal espera desta Casa a autonomia para apurar, investigar e analisar as acusações de corrupção e quebra de decoro parlamentar, independentemente do andamento de processos no âmbito judiciário. Averiguar não é sinônimo de condenar”, alegou. Lira (PHS) se absteve da votação.
A decisão da Comissão acata o parecer opinativo do corregedor do Legislativo local, Rafael Prudente (PMDB), que sugerira o arquivamento do pedido de cassação até a publicação dos acórdãos dos processos aos quais a caçula de Roriz responde.