Alvo de operação que apura desvio de respiradores foi investigado na máfia das próteses

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Alvo da operação In Rem Suam — deflagrada nesta quarta-feira (3/6) para investigar a suspeita de desvio de equipamentos hospitalares da Secretaria de Saúde — o médico Fabiano Dutra Duarte foi investigado na operação Mr. Hyde, que apurava a existência de uma máfia de órteses e próteses na capital federal. Atualmente, ele é diretor de Atenção à Saúde do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).

O médico chegou a ser preso preventivamente em 2016 pela suspeita de que tivesse destruído documentos importantes para a investigação. Fabiano, no entanto, foi absolvido das acusações por falta de provas.

A operação desta quarta-feira investiga a possibilidade de que o médico e um grupo tenham se aproveitado do período da pandemia para desviar equipamentos, sobretudo respiradores, para revendê-los.

Segundo as investigações, uma empresa participava do esquema para oferecer os equipamentos ao poder público para aquisição por meio de contratos emergenciais autorizados em razão da pandemia. Há indícios dos crimes de peculato e advocacia administrativa.

A ação é coordenada pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), com apoio da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus).

Outro lado

O advogado de Fabiano, Cléber Lopes, nega qualquer irregularidade e afirma que não houve desvios. “Está tudo esclarecido. Ele foi depor e não há qualquer desvio tanto que a Secretaria de Saúde não comprou respiradores. A Polícia cumpre o seu papel de investigar, como prevê o estado democrático de direito, mas não há absolutamente nada. Ele está tranquilo porque a apuração veio da falsa aparência de um desvio a partir de uma informação equivocada.”

Lopes também destacou que Fabiano foi inocentado na operação Mr. Hyde. “Ele foi absolvido e isso transitou em julgado. O Tribunal decidiu por unanimidade. Para o estado de direito, ele é inocente de maneira inquestionável naquele caso e é presumidamente inocente em relação a essa investigação de agora, na qual não há crime”, argumentou.

Em nota oficial encaminhada pela assessoria de imprensa, o Iges-DF informou que está colaborando com as investigações. “O Iges-DF reforça que a gestão é pautada pela transparência, não tolera irregularidades e todos os dados necessários serão repassados à equipe que conduz a operação. Ressalta, ainda, que não adquiriu insumos ou equipamentos com as empresas investigadas.”

Alexandre de Paula

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