Depois de reunião reservada, o presidente da CLDF subiu o tom e disse que defende o enfrentamento ao governo federal até com a paralisação
Por Samanta Sallum
O ministro-chefe da Casa Civil da presidência da República, Rui Costa (PT), reuniu-se, na tarde de hoje, com o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar; com o presidente da Câmara Legislativa do DF, Wellington Luís; e lideranças sindicais da Polícia Civil. O encontro reservado ocorreu antes da participação do ministro na comissão geral, na sede do Legislativo local, em que apresentou balanço de investimentos do governo federal no DF.
Rui Costa mostrou-se receptivo ao pleito das polícias da capital federal. Disse que tentaria ajudar. No entanto, ponderou que não pode interferir diretamente em assuntos de outras pastas, no caso, em processo que está sendo conduzido pela ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck.
Depois da reunião, o presidente da CLDF subiu o tom. Afirmou que o processo de diálogo nas mesas de negociação com o MGI não está avançando em direção à proposta oficialmente feita pelo governador Ibaneis Rocha. O reajuste proposto pelo governo federal é menor que o pedido pelo GDF.
“Defendo partir para o enfrentamento se o governo federal não melhorar a proposta. Fazer assembleia das categorias para decidir por paralisação das atividades”, afirmou à coluna.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF, Enoque Venâncio, e a presidente do Sindicato dos Delegados, Cláudia Alcântara, preferem, ainda, esgotar as tentativas na mesa de negocião. Aguardam que, na próxima sexta-feira, em que há reunião marcada no MGI, seja apresentada uma nova proposta. Avaliam que ainda não é a hora de aumentar o clima de tensão. Mas sinalizam que as categorias, dependendo do cenário de sexta-feira, podem partir para uma ação mais intensa. O pleito da PC é pela equiparação com a Polícia Federal.
A deputada Erika Kokay (PT) e o distrital Chico Vigilante (PT) participaram da reunião com Rui Costa. Erika afirmou que a mobilização junto ao governo federal para melhorar a proposta continua. “Importante lembrar que a proposta feita até agora pelo governo Lula é muito maior e melhor do que ocorreu no governo anterior (do ex-presidente Jair Bolsonaro). Mas, sim, acreditando que podemos avançar e continuo empenhada nisso”, disse à coluna.
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