Por Samanta Sallum
Os aluguéis no Distrito Federal subiram 0,46% de agosto para setembro e, no acumulado, o aumento já chega a 33,72% nos últimos 12 meses. A explicação para essa alta está na equiparação com a valorização dos imóveis para a venda, ocorrida na pandemia e no pós-pandemia, ou seja, entre 2020 e 2023. Segundo o setor, os valores estavam defasados.
“Ainda que com algum “delay” (atraso), os preços dos aluguéis precisam acompanhar os preços de vendas, pois os proprietários de imóveis para locação almejam manter suas rentabilidades, que deve ser, em média, 0,5% do valor do imóvel”, explica Rogério Oliveira, diretor do Sindicato da Habitação do Distrito Federal (SECOVI-DF).
Efeito Alta na Selic
Com a alta na taxa Selic, no entanto, a demanda por imóveis diminuiu. Num primeiro momento, porque passou a ser interessante deixar o dinheiro aplicado no mercado financeiro. E as taxas de juros do crédito imobiliário subiram, mudando o cenário do mercado. Muitas pessoas preferem agora, em vez de contrair financiamento para compra, optar pelo aluguel.
O Secovi fez um levantamento sobre os tipos de apartamentos onde os aluguéis são mais caros. Em primeiro lugar, estão os de um quarto na Asa Sul com valores de R$75,50/m2. O Noroeste aparece na sequência com apartamentos também de 1 e 2 quartos com valores de R$75/m2 e R$74/m2, respectivamente.
O presidente do Secovi/DF, Ovídio Maia, explicou à coluna que é “natural” que os valores de aluguéis mais altos sejam encontrados no Plano Piloto, onde os imóveis também têm os maiores valores de venda. “Já o Setor Noroeste tem todas as tipologias (de 1 a 4 quartos) entre os aluguéis mais caros por ser um bairro novo com empreendimentos recém-entregues.”
Ovídio Maia ainda aponta que a alta nos aluguéis, enquanto os valores de venda estão estagnados, significa que investir em imóveis para alugar “continua sendo um excelente negócio.”