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“Não dá mais para suportar esse modelo do governo de buscar arrecadar mais e não cortar gastos”, afirma Efraim Filho

Publicado em Coluna Capital S/A

O líder do União Brasil no Senado criticou, em evento empresarial, as MPs da gestão Lula contra o setor produtivo. Presidente rebateu hoje as queixas dos empresários 

Por Samanta Sallum

Atibaia (SP) – “Não se pode mais jogar sobre o setor produtivo um peso que ele não aguenta mais carregar. Se acabar com a galinha dos ovos de ouro, não terá mais ovos para ninguém”, disse o senador Efraim Morais Filho durante a abertura oficial da 43ª Convenção da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD) que acontece em Atibaia (SP). O evento reúne cerca de 700 empresários de todo o país. O parlamentar defendeu a Reforma Tributária e garantiu que o Congresso não vai permitir que Medidas Provisórias do governo federal afetem negativamente os empreendedores, como a chamada MP do Fim do Mundo, por causa do impacto que poderia ter no fluxo de caixa das empresas e na perda de créditos tributários.

“Vencemos com a desoneração da folha de pagamento, mesmo contra a vontade do governo. Derrubamos a Medida Provisória do Fim do Mundo, aquela do PIS/COFINS, mesmo contra a vontade do governo. Então, o setor produtivo hoje tem vez, tem voz. E é o setor de comércio e serviços aquele que mais emprega e paga impostos. A indústria é muito bem articulada no Congresso, o agro é um grande motor da nossa economia. Mas quem mais concentra vagas de trabalho e que mais arrecada é o setor de comércio e de serviços” destacou o senador.

O parlamentar criticou a forma como o governo federal vem buscando o equilíbrio fiscal, sem cortar na própria carne. “Queremos a responsabilidade fiscal. Mas não dá para se avançar com essa cobrança desenfreada por parte do governo. Esse modelo de gasto o que quiser, como quiser, e depois a missão é arrecadar mais para cobrir esse custo. Isso não dá mais para suportar, já esgotou. O setor produtivo não aguenta essa carga”, frisou.

O presidente Lula rebateu as queixas dos empresários e dos parlamentares como Efraim.“As mesmas pessoas que falam que é preciso parar de gastar são as pessoas que têm R$ 546 bilhões de isenção, de desoneração da folha de pagamento, isenção fiscal. Ou seja, são os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do país, e eles se queixam daquilo que você está gastando com o povo pobre”, disparou hoje o Chefe do Executivo federal, em entrevista à imprensa.

Lula afirmou que mandou o Ministério da Fazenda e o do Planejamento fazerem uma revisão das isenções fiscais concedidas a setores econômicos como o Agro e o de combustíveis.

Reforma Tributaria não é jabuticaba tupiniquim

Efraim disse que, mesmo com o risco da alíquota do imposto único (o IVA) ser alta, ainda assim a reforma tributária será positiva. “Muita gente critica e diz: a reforma tributária foi boa ou ruim? Eu digo que existem muitas divergências. Mas havia uma convergência: que o atual modelo está esgotado, é arcaico, obsoleto. Nos joga nas últimas posições do ranking business como um dos piores ambientes para se fazer negócio no mundo.”

Segundo Efraim, a reforma como foi feita não é “uma jabuticaba tupiniquim”. O modelo foi inspirado em outras experiências no mundo. “Fomos buscar o IVA, que é praticado nas economias mais desenvolvidas. Podemos ter um IVA maior do mundo? Podemos. Pior que hoje a gente já pode ter e não sabe. Então, eu acho sim que foi uma grande conquista, e vamos nos debruçar um pouco sobre os desafios que virão, nas regulamentações das leis complementares.”

Efraim preside a Frente Parlamentar em defesa do setor comércio e serviços e é  autor da lei complementar 186, que prorrogou os benefícios dos setores varejistas, dos atacadistas, dos distribuidores, para se equipararem com os da indústria. “Não foi para dar privilégio. Foi para evitar que nós fôssemos marginalizados dentro de um processo em disputa de produtividade e pela redução do custo”, reforçou.

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