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Empresas de Telecom cobram das Big Techs contribuição para investimentos no setor

Publicado em Coluna Capital S/A

Compartilhamento de postes, desoneração tributária e inclusão digital estão na pauta do encontro entre CEOs dos principais grupos de telecomunicação e autoridades em Brasília

Por Samanta Sallum

A Associação Brasileira de Telecomunicações (TeleBrasil) e a Anatel se manifestaram hoje em relação a uma contrapartida das grandes empresas de tecnologia, as Big Techs, pela receita que têm com o grande tráfego de dados. O presidente da Telebrasil e CEO da Vivo, Christian Gebara, apontou que são necessárias mudanças na estrutura do mercado e no modo como se relacionam com as OTTs (Over-The-Top) e as Big Techs.

“Uma alternativa viável para o custeio de investimentos do nosso setor é que haja uma contribuição por parte delas como pagamento pelos serviços de conectividade que usam das operadoras. É impossível enfrentar os novos tempos com as velhas regras”.

Carlos Baigorri, presidente da Anatel, anunciou que, no próximo ano, será feita uma proposta de consulta pública sobre a questão. “Vamos discutir de forma aberta e encontrarmos uma solução para esse problema. Não faz mais sentido pensar em diferentes indústrias, mas em um grande ecossistema digital, no qual todos os elos são necessários”, frisou.

José Felix, CEO da Claro e ex-presidente da Telebrasil – que passou o bastão hoje a Christian Gebara no evento de hoje TeleBrasil Summit – também opinou sobre o assunto. Para ele, é urgente abordar a questão da sustentabilidade da infraestrutura de telecomunicações, com foco especial na necessidade das grandes empresas de tecnologia remunerarem pelos serviços prestados. . “Um movimento global está ganhando força, e o Brasil não pode ficar à margem. É fundamental que a promoção de um debate eficaz sobre a sustentabilidade das redes esteja no centro das discussões do país”, apontou.

Christian Gebara reforçou que o tráfego de dados no país vem crescendo de modo exponencial nos últimos anos e com tendência de aceleração.

”Ampliar a inclusão digital e suportar todo esse crescimento projetado exigirá investimentos adicionais na nossa rede de banda larga. Considerando a pressão da rentabilidade das operadoras e a dificuldade por parte dos usuários finais de absorver aumentos nas suas despesas e serviços de telecom, é improvável que as operadoras obtenham os recursos necessários para realizar investimentos se não houver alterações na organização do mercado, com a participação das Big Techs.”

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, participou do evento hoje em Brasília. Afirmou que o compartilhamento de postes é prioridade. “É um dos pontos mais importantes para o setor de telecomunicações. Devemos aprovar nos próximos dias a política de compartilhamento de postes, o Poste Legal, que vai garantir a sustentabilidade e o crescimento da banda larga fixa no Brasil. A ideia da nova política é buscar uma gestão isonômica e não discriminatória”, garantiu o ministro.

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