Por Samanta Sallum
Em evento, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o economista Eduardo Giannetti apontou incertezas no cenário econômico que podem ameaçar o avanço da retomada no ano que vem. Ele falou também numa possível “guinada populista fiscal” do governo em ano eleitoral.
Vale lembrar que o lançamento do programa federal Auxílio Brasil foi desmarcado ontem pelo Palácio do Planalto. O benefício social enfrenta resistência da equipe econômica do governo devido ao teto de gastos públicos. Já a ala política do governo pressiona para que seja logo anunciado.
Giannetti não descarta o que classificou como uma guinada populista fiscal do governo em ano eleitoral. “Essa possibilidade exige atenção. Vamos ter um 2022 cheio de emoções”, previu.
Variante Delta
“O embate entre a engenhosidade humana [no desenvolvimento de novas vacinas] e as novas cepas ainda não está resolvido. É cedo para cantar vitória, ainda que a variante delta não tenha tido aqui o mesmo impacto que nos EUA e em países da Europa e Ásia”, alertou Giannetti, que participou do 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic).
O economista apontou ainda os desafios do pós-Covid.
“O Brasil terá de prestar muita atenção ao endividamento público, ainda que a relação entre a dívida do governo e o PIB tenha crescido abaixo do esperado.”
Recuperação cíclica
No evento on-line para empresários na construção civil de todo país, Giannetti projetou o cenário de crescimento.
“O país passa por uma recuperação cíclica, e deve crescer cerca de 5% em 2021. Mas esse desempenho não pode ser extrapolado para o futuro. Esse número tem até 3% de carregamento estatístico, que vem do crescimento do último trimestre do ano passado”.
Respostas de Guedes
Amanhã, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participará do evento e poderá rebater ou não as análises de Gianetti. O presidente da Ademi no DF, Eduardo Aroeira, será um dos debatedores no painel com o ministro.