Por Samanta Sallum
Entidades que representam os comerciantes no DF reagiram com indignação diante da decisão judicial que mandou suspender novamente o funcionamento do comércio na capital federal. Alegam que a juíza extrapolou a competência indo contra decisão do Supremo Tribunal Federal que delega aos governadores dos estados e do Distrito Federal o poder de gestão pública para conter a pandemia.
Os empresários esperam que o GDF consiga o quanto antes reverter a decisão da juíza Kátia Balbino, da Justiça Federal, que restabeleceu o lockdown a partir de amanhã.
Veja a reação das entidades:
Fecomércio-DF
“É uma decisão totalmente sem cabimento. Nós temos a Páscoa no domingo. As lojas que fizeram seus pedidos de chocolates e ovos estão com estoques para vender esta semana. Fechadas, terão grandes prejuízos. Quem tem de decidir se abre ou fecha é o Poder Executivo, porque esse poder foi dado pelo voto popular e, por último, agora foi dado pelo Supremo Tribunal Federal. Então, o magistrado não tem que interferir em abertura e fechamento de comércio. Nós acreditamos que, como aconteceu em 2020, o Governo do Distrito Federal vai conseguir cassar essa liminar e o comércio vai funcionar normalmente até domingo. Já temos aí uma taxa de infecção que baixou para 0.92 e estamos cumprindo todos os protocolos exigidos. O comércio tem plenas condições de funcionar. Essa medida, totalmente descabida e desnecessária, vai quebrar muitas empresas se não for cassada, e tirar muitos empregos também”, disse o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido.
Câmara de Dirigentes Lojistas do DF
“A decisão é estapafúrdia. Não é compreensível uma decisão monocrática, uma liminar fechando todo o comércio de novo em Brasília. Quem tem de decidir é o governo, não é a Justiça. Esperamos a reversão disso hoje para tudo voltar à normalidade. Precisamos voltar a faturar para ter receita e caixa, e, assim, poder pagar os funcionários, as despesas fixas mensais. O comércio tem de voltar a funcionar, senão será mais desemprego, o que também pode provocar mortes. A nossa posição é de total repúdio a essa decisão judicial”, disse Wagner Silveira, presidente da CDL no DF.
Sindicato dos Bares, Restaurantes e Hotéis do DF (Sindhobar)
“Essa decisão do Judiciário é simplesmente lamentável, porque essa disputa entre o Judiciário e o Executivo nos coloca como a bola da vez permanentemente. Ficamos parecendo um joguete nas mãos dessas pessoas, como se nós não fôssemos empresários responsáveis e que temos responsabilidade. Vocês podem ter certeza de que decisão judicial é para ser cumprida. Mas, como foi uma decisão liminar, eu tenho certeza de que o governador Ibaneis vai recorrer. Nossas empresas do segmento de bares e restaurantes estão totalmente em frangalhos, se não voltarmos a trabalhar, o processo demissionário que vai acontecer na cidade será recorde. Ora, o que nós vamos fazer agora, a gente mal estava funcionando com esse horário das 19h. Precisamos de um horário mais longo e agora vem essa decisão que nos proíbe de trabalhar novamente. Espero que haja uma revisão urgente dessa decisão, não podemos continuar assim”, disse Jael Silva, presidente do Sindhobar no DF.
Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista)
“Lockdown com ônibus e Metrô circulando abarrotados não é lockdown. Estamos na expectativa do fim do impasse na Justiça, que o GDF recorra“, disse Edson de Castro, presidente do Sindivarejista.