Por Samanta Sallum
O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) é contra o lockdown como medida para controle da transmissão do Sars-CoV-2.
“Tal medida já se mostrou ineficaz, atentatória contra direitos fundamentais da Carta Magna e condenada até mesmo pela própria Organização Mundial da Saúde, nas palavras do Dr. David Nabarro: “O lockdown não salva vidas e faz os pobres muito mais pobres”, diz Farid Buitrago Sánchez, presidente da entidade.
Em documento enviado ao governador Ibaneis Rocha , o CRM alega:
”Amazonas, estado com o maior índice de isolamento social do Brasil, apresentou o maior número de internações e mortes por COVID-19 cerca de 30-45 dias após o primeiro lockdown, sendo ainda mais imediato, após o segundo, configurando mais uma evidência do fracasso dessas medidas extremas de restrição”.
Transtornos mentais
O documento do CRM aponta que a restrição de liberdade causa o aumento da incidência de transtornos mentais e agravamento das demais doenças crônicas. “Além de prejuízo irremediável à economia, provocando desemprego, fome, violência e, por conseguinte, mais caos à saúde.”
Condições sociais agravadas
Segundo o Conselho Regional de Medicina, o lockdown não resolverá problemas da saúde, e ainda agravará a condição social daqueles que perderam acesso à saúde suplementar por desemprego e falta de planos de saúde. “Agravará o adoecimento mental da população infantil, que não poderá exercer a vida em sociedade”, completa.
Ações ostensivas de fiscalização
O ofício ao governador ainda destaca que: “O ciclo de aumento da curva epidemiológica tem se mostrado revelador quinze dias após a ocorrência de aglomerações por ocasião das datas festivas em desobediência às regras proibitivas, como no final do ano e no carnaval. Recomendamos fortemente ações preventivas que têm se mostrado eficazes como a campanha de educação sobre as medidas individuais de higiene, uso de máscara, distanciamento social, vacinação populacional e ostensiva fiscalização por parte do governo, nunca por decretação de lockdown”.
Transporte público
O CRM sugere ainda ao GDF que conceda incentivo fiscal para que empresas de transporte coletivo possam ampliar a oferta de transporte, diminuir intervalos, respeitar o número máximo de usuários com distanciamento e fazer a desinfecção a cada 2 horas.
A Faculdade de Medicina da Unb rebateu a posição do CRM. E reiterou apoio às medidas de restrição adotadas pelo GDF.
Manifestou “profunda preocupação” com a divulgação da nota pública do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) contra as medidas adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
“Assim, surpreende-nos o CRM-DF ao argumentar contra uma medida destinada a evitar a morte das pessoas afetadas pela doença, em prol de interesses de natureza econômica e alheios ao seu dever de zelar pelo bom exercício da profissão médica.”
One thought on “CRM no DF é contra o lockdown”
engraçado o Dr. Farid já tomou as duas doses da vacina e agora é contra ao isolamento.
No ano passado ele defendia tais medidas de prevenção como está exposto no Instagram dele. O que será que fez mudar de opinião esse médico formado na Universidade Militar de Granada em Bogotá.