A Fundação Athos Bulcão enviou notificação oficial se manifestando contra a venda em leilão hoje da fachada do restaurante Piamtella como obra de Athos Bulcão.
“O lote referido no leilão não deve ser vendido como obra do artista. Informamos também que, dada a última intervenção no painel, sem autorização desta Fundação e aval do Iphan, o mesmo foi retirado do Inventário de obras de Athos Bulcão, conforme informa a apresentação da publicação de 2018.
“Solicitamos que em até 72h a referência ao nome do artista seja retirada do lote à venda, assim como a imagem da placa que identifica a obra. Certos de que convergimos no sentido de regularização da situação referida, pedimos especial atenção ao atendimento da presente notificação de forma a evitar constrangimentos.”
A notificação foi enviada ontem para a Quadrilátero Leilões, que divulgou a realização do leilão. O lance mínimo seria de R$ 250 mil.
O proprietário da empresa Roberto Nascimento informou que o leilão on-line está mantido para hoje, 19h. E que retirou, após manifesto da Fundação, a placa e certificação da obra como de Athos Bulcão.
O conjunto de blocos de mármore da fachada do restaurante foi identificado no leilão como LOTE 80, “ATHOS BULCÃO. Raríssimo painel 50 m² de mármore, registrado no IPHAN”. As peças são de propriedade de um dos ex- sócios do Piantella.
A Fundação, no entanto, afirma que a remoção da obra não foi autorizada. “Trata-se assim, de violação da Lei 9.610/98, portanto, de obra descaracterizada de seu projeto original, o que desvincula o artista Athos Bulcão de sua autoria, conforme reza a legislação vigente” , afirma a Fundação Athos Bulcão.
A notificação é assinada pela secretária executiva da entidade, Valéria Maria Lopes Cabral.
“A obra e a vida de Athos Bulcão guardam relação com a própria identidade de Brasília. Em razão disso, a Fundação Athos Bulcão tem como missão institucional promover e proteger as obras desse artista, cujos trabalhos são de importância inigualável para a história da capital. Proteger as obras de Athos Bulcão é proteger a memória e a cultura de Brasília” , ressalta Valéria.