Após três reduções seguidas, o número de brasileiros com dívidas voltou a subir no último mês de 2020. É o que revela pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de dezembro apontou que 66,3% dos consumidores estão endividados, uma alta de 0,3 ponto percentual com relação a novembro. No comparativo anual, o indicador registrou aumento de 0,7 ponto percentual.
Mais crédito
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o crédito deve ganhar destaque na retomada da economia, em 2021. “É importante não somente seguir ampliando o acesso aos recursos com custos mais baixos, mas também alongar os prazos de pagamento das dívidas para mitigar o risco da inadimplência no sistema financeiro”, reforça.
Grande parte do crédito ofertado durante a pandemia foi concedido com carência nos pagamentos e deve começar a vencer no início deste ano.
Débitos sendo quitados
Apesar da alta do endividamento, os consumidores seguem conseguindo quitar débitos e compromissos financeiros. O total de famílias com dívidas ou contas em atraso apresentou a quarta redução consecutiva, caindo de 25,7%, em novembro, para 25,2%, em dezembro. Em comparação com igual mês de 2019, a proporção cresceu 0,7 ponto percentual.
A parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permanecerão inadimplentes teve nova retração, passando de 11,5% para 11,2%. Em dezembro de 2019, o indicador havia alcançado 10%.
Cartões de crédito
Com relação aos tipos de dívida, a proporção de brasileiros que utilizam o cartão de crédito voltou a crescer, alcançando 79,4% das famílias – a maior taxa desde janeiro de 2020 – mantendo-se como a principal modalidade de endividamento.