NRF Retail’s Big Show: por que a maior feira de varejo do mundo importa muito para o varejista brasileiro.
A NRF Retail’s Big Show é o maior encontro global do varejo, realizado anualmente em janeiro no Javits Center, em Nova York. Em 2025, o evento aconteceu de 12 a 14 de janeiro, reunindo líderes do setor, palestras, demonstrações e um pavilhão com centenas de expositores focados em tendências e tecnologia.
Nos últimos anos, a feira vem recebendo quase 40 mil participantes de 100+ países, 5.000+ marcas e 1.000+ expositores, com uma programação que ultrapassa 175 sessões — uma fotografia fiel do que define a próxima fase do varejo mundial.
Por que a NRF é estratégica
1) Termômetro global de tendências: A feira concentra, em poucos dias, os vetores que remodelam o varejo: personalização com IA, lojas conectadas, automação operacional, retail media, supply chain inteligente, sustentabilidade, novos meios de pagamento e experiências phygital. É um “fast-track” para entender o que vai pautar o trimestre e o ano.
2) Densidade de decisões: A presença de milhares de executivos e fornecedores em um só local reduz meses de prospecção em três dias de reuniões e demonstrações — com trilhas oficiais e hubs de startups que aceleram curadoria e provas de conceito.
3) Benchmarks acionáveis: Além de palestras, o Expo é um laboratório vivo: varejistas testam soluções no estande, com métricas, cases e roadmaps já prontos para implantação.
Como a NRF ajuda empresas brasileiras a crescerem
Aceleração de decisões tecnológicas: Em vez de “pente-fino” de 6–12 meses, o gestor brasileiro sai com uma shortlist de fornecedores, comparando TCO, integrações e time-to-value lado a lado. Isso reduz risco de projetos e antecipa ROI.
Atualização regulatória e de práticas: Temas como privacidade de dados, sustentabilidade e trabalho com IA aparecem em talks e nos stands de grandes players, ajudando a calibrar compliance e governança antes de escalar iniciativas.
Parcerias e internacionalização: O ambiente reúne 5.000+ marcas e delegações de 100+ países, criando ponte para negócios cross-border, co-selling e testes de soluções estrangeiras no Brasil.
Formação de times: Líderes voltam com um mapa de competências (dados, produto, CX, operações digitais) e referências de organograma para apoiar a transformação — útil para atualizar planos de carreira e capacitação interna.
Como a NRF inspira inovação
- Visão de futuro concreta: Demonstrações “mão na massa” traduzem buzzwords em processos: computer vision para redução de perdas; analytics para sortimento; retail media para novas receitas; generative AI para conteúdo, atendimento e planejamento de demanda.
- Provas de valor rápidas: Varejistas observam playbooks e KPIs de quem já implantou — uplift de conversão, giro, NPS e redução de custos por tarefa automatizada — e voltam com metas plausíveis para 90 dias.
- Conteúdo curado: As 175+ sessões espalham cases por categoria (moda, alimentar, farmácia, home improvement, luxo), facilitando recortes que cabem no seu negócio.
Do estande à loja brasileira: um plano em 5 passos
1) Chegue com perguntas, não com respostas. Defina 5–7 problemas concretos (“reduzir ruptura em 20%”, “diminuir tempo de reposição”, “elevar ticket em 8% com RMN”) e use a feira para validar caminhos.
2) Monte uma war room de visitas. Três listas: (A) soluções essenciais; (B) apostas táticas de curto prazo; (C) moonshots (visão de 18–24 meses). Use o app do evento para agendar demos e comparar features e integrações.
3) Leve o stack do Brasil para a conversa. Chegue aos stands com seu diagrama de sistemas (ERP, OMS, WMS, e-commerce, gateway, CDP). Pergunte por conectores nativos, SLA no Brasil e partners locais.
4) Saia com 2 pilotos mensuráveis. Escolha um piloto de eficiência (operações/logística) e um piloto de receita (RMN, personalização, pickup/last mile). Defina baseline, métricas, owner, cronograma de 90 dias.
5) Traduza a visão em governança. Crie um Comitê de Inovação Comercial (Compras, Operações, TI, Dados, Marketing) com ritos quinzenais para tração, orçamento e de-risking de escala.
Tópicos quentes da NRF para trazer ao Brasil agora
- IA Generativa e Assistentes de Loja/Backoffice: automação de conteúdo, atendimento, workflows e previsão de demanda.
- Retail Media Networks (RMN): monetização de audiência própria com first-party data e medição granular.
- Loja conectada: visão computacional para prevenção de perdas, smart shelves, self-checkout guiado, inventário em tempo real.
- Omni-fullfillment eficiente: ship-from-store, pickup, roteirização e micro-fulfillment para reduzir prazos e custos.
- Pagamentos e fidelidade 2.0: wallets, split, buy-now-pay-later e clubes com benefícios hiperpersonalizados.
- Sustentabilidade com negócio: embalagens, logística reversa e energia — com métricas de custo evitado e receita incremental.
Dica prática: priorize soluções que integram fácil ao seu stack, tenham operadores e suporte no Brasil e apresentem KPIs de payback < 12 meses em cases reais de varejo.
Para quem vale a viagem
- Redes médias e grandes que precisam padronizar operação e acelerar time-to-value.
- Marcas D2C e marketplaces buscando escala e monetização de audiência.
- Indústrias que vendem ao varejo (alimentos, bens de consumo, pharma) que querem melhorar execução, sell-out e relacionamento com o ponto de venda.
- Startups e scale-ups de tecnologia que desejam parcerias e expansão internacional.
Como extrair o máximo da NRF
- Defina indicadores antes de ir. Quais ganhos você precisa provar ao voltar?
- Agende reuniões com antecedência. A feira junta milhares de decisores e 5.000+ marcas; horários voam.
- Documente tudo. Use um template único para cada solução vista (problema, hipótese, diferenciais, integrações, custo, quick wins).
- Faça debrief na semana seguinte. Transforme anotações em um Roadmap 90-180 dias com donos, budget e marcos.
- Conecte-se a missões brasileiras. Entidades como SEBRAE/Apex-Brasil frequentemente organizam delegações e conteúdos de apoio — um atalho para quem vai pela primeira vez.
A NRF não é “só mais uma feira”; é o ponto de partida do calendário do varejo no mundo. Para empresas brasileiras, ela funciona como uma combinação de radar, laboratório e sala de negociação. Quem prepara bem a ida, volta com pilotos concretos, parceiros alinhados e um plano de execução que gera resultado já no primeiro semestre. Em um mercado competitivo e pressionado por custos, antecipar tendências e encurtar o ciclo de decisão pode ser a diferença entre liderar ou correr atrás do prejuízo. E, ano após ano, é exatamente isso que a NRF entrega.



